Considerada uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade atinge uma em cada três crianças no Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A situação, que é agravada pelo estilo de vida sedentário e má alimentação, é causa de diversas doenças, entre elas diabetes, hipertensão e problemas cardíacos.
Com a proximidade do Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, celebrado em 11 de outubro, a especialista em cardiologia pediátrica faz um alerta aos pais sobre a importância dos cuidados com a saúde das crianças. “O aumento do consumo de alimentos industrializados, calóricos, gordurosos e ricos em sal, aliado a uma vida sedentária, trouxeram para a infância doenças que antes só eram vistas na meia-idade, como diabetes e hipertensão”, ressalta a cardiologista pediátrica Daniela Costa.
A profissional também alerta para o estilo de vida existente na atualidade. “Com o crescimento vertical das cidades e a progressão da violência, as crianças perderam muito da liberdade de brincar livremente nas ruas”. Uma pesquisa feita pelo Ministério dos Esportes mostrou que a prática de atividade física geralmente se inicia entre 6 e 10 anos, mas cerca de 27% abandonam as atividades até os 15 anos, tornando-se sedentários.
De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), no Nordeste, o excesso de peso infantil atinge 28% das crianças entre 5 e 9 anos, e 16% dos adolescentes de 10 a 19 anos. “Esse cenário leva a doenças como a hipertensão arterial e diabetes, além de ser um fator de risco importante para o desenvolvimento de doença cardiovascular e de doença renal terminal, daí a importância do diagnóstico, tratamento e prevenção”, elenca a cardiologista.
Daniela destaca que é extremamente importante a realização de um exame bem simples: a medida da pressão arterial. “A partir dos três anos já é possível realizar a medida, que deve ser feita pelo menos uma vez por ano”. A medida da pressão arterial pode ser realizada em qualquer idade, porém deve ser realizada de rotina obrigatoriamente a partir dos três anos, pelo menos uma vez por ano, sendo necessário o acompanhamento de perto se o paciente for obeso.
“Caso haja aumento, a criança deve ser encaminhada para avaliação com um Cardiologista Pediátrico. Quanto antes a hipertensão for diagnosticada, menor a chance de complicações renais e cardíacas na idade adulta”, declara a especialista. Na maioria das crianças e adolescentes em que a hipertensão está ligada à obesidade e ao sedentarismo, a adoção de hábitos saudáveis como diminuição do consumo de sal, de carboidratos, perda de peso e atividade física regular ajudam muito no controle da pressão.
“Realizar uma mudança profunda nos hábitos de vida é o melhor modo para combater a obesidade e suas potenciais complicações. Porém, essa é uma tarefa que precisa ser realizada com o apoio de familiares e pessoas próximas, principalmente reforçando o exemplo através de uma alimentação saudável e exercícios físicos regulares”, resume a cardiologista.
Fonte: Dr.ª Daniela Costa
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Redação Saúde no Ar