O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (17) que o excesso de peso dos brasileiros cresceu 26,3% nos últimos dez anos, passando de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016.
De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), o problema é mais comum entre os homens: passou de 47,5% para 57,7% no período. Já entre as mulheres, o índice passou 38,5% para 50,5%. O levantamento revela que, no Brasil, o indicador de excesso de peso aumenta com a idade e é maior entre os que têm menor grau de escolaridade. Nas pessoas com idade entre 18 e 24 anos, por exemplo, o índice é de 30,3%. Já entre brasileiros de 35 a 44 anos, o índice é de 61,1% e, entre os com idade de 55 a 64 anos, o número chega a 62,4%.
Já na população com 65 anos ou mais, o índice é de 57,7%. Em relação à escolaridade, 59,2% das pessoas que têm até oito anos de apresentam excesso de peso.
O percentual cai para 53,3% entre os brasileiros com nove a 11 anos de estudo e para 48,8% entre os que têm 12 ou mais anos de estudo.
A Vigital diferencia excesso de peso ou sobrepeso de obesidade. A pessoa com sobrepeso tem Índice de Massa Corporal igual ou maior que 25 quilos por metro quadrado (kg/m2). Já a obesidade implica em IMC igual ou superior a 30 (kg/m2). De acordo com os dados, a prevalência de obesidade no país duplica a partir dos 25 anos de idade e o problema também é maior entre os que apresentam menor escolaridade. Nas pessoas com idade entre 18 e 24 anos, por exemplo, o índice é de 8,5%. Já entre brasileiros de 35 a 44 anos, o índice é de 22,5% e, entre os com idade de 55 a 64 anos, o número chega a 22,9%. Na população com 65 anos ou mais, o índice é de 20,3%. Em relação à escolaridade, os que têm até oito anos de estudo apresentam índice de obesidade de 23,5%. O percentual cai para 18,3% entre os brasileiros com nove a 11 anos de estudo e para 14,9% entre os que têm 12 ou mais anos de estudo.
Obesidade em crianças- Aline Amaral, nutricionista, alerta sobre o crescimento da obesidade infantil em todo o país. Preocupada, ela atribui essa realidade ao estilo de vida adotado pelo brasileiro, que, pela praticidade, ofertam as crianças alimentos gordurosos, com alto teor de sódio e conservantes. “Estudos apontam que cresce o número de crianças com hipertensão, diabetes, colesterol alto e outras doenças ligadas ao aumento de peso”, alerta.
Saiba quais as dicas da nutricionista para manter as crianças saudáveis no áudio:
Metas do Brasil para reduzir a obesidade- O ministro da Saúde Ricardo Barros apresentou durante o Encontro Regional para Enfrentamento da Obesidade Infantil, em Brasília, metas para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país. O encontro faz parte da implementação da Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição (2016/2025), que incentiva o acesso universal a dietas mais saudáveis e sustentáveis. O Governo Brasileiro é um dos principais apoiadores da agenda da ONU.
Confira aqui as metas do Brasil para reduzir a obesidade.
O Brasil assumiu como compromisso atingir três metas: deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019, por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, até 2019; e ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.