A médica e gerente de saúde do Serviço Social da Indústria (SESI), Cristina Pacheco, e o psicólogo e consultor do Centro de inovação em prevenção da incapacidade ao trabalho do SESI, André Luna, foram entrevistados nesta quarta-feira (01/05), no Programa Saúde no ar com transmissão ao vivo pelas Rádio Excelsior AM 840 e Radio Web Saúde no Ar, sob o comando de Patrícia Tosta.
Tema: O trabalho é bom para a saúde.
Cristina Pacheco citou que o mês de abril ( abril verde) foi dedicado a prevenção de acidentes de trabalho.
“É um problema de alcance mundial e crescente, com repercussões ao individuo as empresas e a sociedade”
Ela lembrou que apesar disso, o trabalho também é um fator para boa saúde. Em 2010, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um manual mostrando estratégias e diretrizes para a construção de políticas públicas combinadas para proteger a saúde.
“Existe pesquisas empíricas que insere o trabalho como fator determinante da saúde”, afirmou Cristina.
André Luna questiona:
“O trabalho é bom para saúde. A frase da panos para mangas. Que trabalho é esse e qual trabalho é bom para saúde ? O que é saúde? A gente costuma a pensar em saúde como oposto de doença. Não podemos abrir mão do desejo de mudar para que o trabalho seja mais promotor de saúde do que um risco para a saúde.”
André destaca que o trabalho está sempre em transformação é é preciso considerar os aspectos na vida do individuo. É preciso equilibrar os conflitos, trabalho, família.
Cristina explica que não existe um modelo determinado. “As empresas deve procurar diversos profissionais, fisioterapeutas, médicos do trabalho, psicólogos, ergonomista, assistentes sociais. isso é fundamental no acolhimento do trabalhador e na promoção. de um ambiente seguro e saudável” Ela diz ainda que é preciso considerar os determinantes da saúde no individuo
Andre destaca três pontos que ele considera importante para transformar o trabalho saudável : 1 – A multidisciplinaridade. Não é só o psicólogo que consegue ter uma noção de saúde mental. Não é só a abordagem biomédica que entende a doença, não é só o fisioterapeuta que vai conseguir uma abordagem muscular. É claro que essas disciplinas isoladas tem uma especialidade. Uma contribuição impar.O convite é vamos juntar forças”
A visão das citadas especialidades, dos supervisores dos líderes diretos dos próprios trabalhadores. O que esse conjunto de profissionais falam. Certamente a resposta vai ser mais rica.
2- O complemento da abordagem biomédica com a abordagem psicossocial e vice e versa.
3 – A reflexão: Eu estou bem no que estou fazendo? Isso agrega na minha vida? Faz sentido ? Se a resposta é não é preciso buscar alternativas para que se trabalhe, estando bem.
“Mesmo quando uma doença é curada do ponto de vista clínico, muitas vezes algum nível de capacidade permanece. Existe um processo paralelo, uma coisa é a doença em si,(…) mas independente da doença, existe coisas que precisam ser feitas para gerir a percepção de qualidade de vida. A percepção de estar agora bem em comparação a antes que eu não estava bem. E agora que você está bem, você se sente em condições de trabalhar? A “doença” foi curada,mas você continua não se sentindo bem para trabalhar. Onde vamos encontrar explicações se não é mais no diagnostico? Insatisfação relacionada ao ambiente? Alguma coisa relacionada ao trabalho, colegas, alguma coisa ou visão que se tem do próprio trabalho? Das escolhas que fez de carreiras? Questionou Bruno e concluiu: “isso para a saúde mental é algo central”.
Cristina diz que o trabalho pode ser um fator de saúde: “O trabalho seguro e saudável é bom para a saúde. É preciso destacar que a forma que ele se relaciona é fundamental nesse processo”
Existe alternativas e recursos disponíveis para que o trabalho seja o promotor para a saúde. Ela cita os Centros que estão disponíveis no site do SESI. Centro de inovação e longevidade e produtividade, Centro de inovação em fatores e riscos e psicossociais, Centro de inovação e tecnologias para a saúde
“É preciso planejar que tipo de estrategias será adotadas para prevenir riscos de acidentes e não se pode colocar a responsabilidade apenas no trabalhador”.
Jorge Roriz – Matéria exclusiva do Portal Saúde no Ar.
Ouça o áudio da entrevista: