O médico oncologista Nelson Luiz Sperle Teich foi escolhido por Jair Bolsonaro como o novo ministro da Saúde. Ele vai substituir Luiz Henrique Mandetta, que foi demitido do cargo na tarde desta quinta-feira (16).
Teich é carioca e formado em medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), De setembro do ano passado até janeiro deste ano, Teich prestou orientações à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE) do Ministério da Saúde, foi residente de Oncologia no Instituto Nacional do Câncer, prestou consultoria para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, também focada em gestão da saúde. Teich foi um dos sócios-fundadores do MDI Instituto de Educação e Pesquisa,e um mestrado na Universidade de York (Reino Unido) em gestão da saúde,
O novo ministro disse que quer fazer um programa amplo de testagem dos brasileiros embora não exista testes em numero suficiente para isso nem mesmo nos EUA
Teich disse que a política de isolamento social não vai sofrer mudanças abruptas, mas disse que faltam informações precisas para tomada de decisões.
“A primeira coisa é a parte do distanciamento, do isolamento. O que acontece? Não vai haver qualquer definição brusca, radical do que vai acontecer. O que é fundamental hoje? É que a gente tenha informação cada vez maior sobre o que acontece com as pessoas com cada ação que é tomada. Como a gente tem pouca informação, como é tudo muito confuso, a gente começa a tratar a ideia como se fosse fato, e começa a trabalhar cada decisão como se fosse um tudo ou nada e não é nada disso. O que é fundamental é que a gente consiga enxergar aquela informação que a gente tem até ontem, decidir qual é a melhor ação, entender o momento e seguir nesse caminho de definir qual a melhor forma de isolamento, de distanciamento”, disse.
Sobre novos tratamentos para a Covid-19, Nelson Teich disse que o assunto vai ser tratado de forma técnica. Ele não citou o nome de nenhum medicamento,
“Tudo aqui vai ser tratado de uma forma absolutamente técnica e científica. Você vai disponibilizar o que existe hoje em termos de vacina, em termos de medicamentos, dentro, essencialmente, o ideal, dentro de coisas que funcionem como projetos de pesquisa. Porque isso vai permitir que você colha o maior número possível de informações no espaço mais curto de tempo. Isso vai te ajudar a entender o que faz diferença ou não para as pessoas, para os pacientes e para a sociedade. E isso é um compromisso que a gente tem, entender claramente o que está acontecendo não só no Brasil, mas no mundo, em relação a tudo que representa cuidar dessas pessoas”.
O novo ministro disse que quer fazer um programa amplo de testagem dos brasileiros, mas não antecipou detalhes.
“A gente vai ter que fazer um programa de teste. É fundamental que a gente tenha uma avaliação do que é essa doença hoje. É como eu falei, se você não domina aquilo, se aquilo não está na sua mão, você vira um barco à deriva. A gente vai assumir, conhecer a doença, na hora que a gente começar a entender isso e começar a definir políticas e ações, a gente assume o comando desse problema, e em algum momento isso vai se solucionar, e é a gente que vai estar comandando isso. A gente tem que entender mais da doença. Porque quanto mais a gente entender da doença, maior vai ser a nossa capacidade de administrar o momento, planejar o futuro e sair dessa política do isolamento e do distanciamento, porque isso é fundamental. Porque as pessoas vão ter muita dificuldade em se isolar”.
O ministro encerrou o primeiro pronunciamento dizendo que está totalmente alinhado com Bolsonaro: “Deixar claro que existe um alinhamento completo entre mim e o presidente e todo o grupo do ministério e que realmente o que a gente está fazendo aqui hoje é trabalhar para que a sociedade retome de forma cada vez mais rápida uma vida normal, e a gente trabalha pelo país e pela sociedade”, finalizou.
Foto: Adriano Machado -/Reuters