O conflito continua – Bolsonaro é contra o isolamento, ministro da saúde é a favor

*Jorge Roriz

Em seu primeiro pronunciamento como ministro da Saúde ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o oncologista e novo ministro da saúde, Nelson Teich,  afirmou que seu  trabalho está em total  em sintonia com o posicionamento do governo, porém, na última quinta- feira (30/05),  Teich,  afirmou que “não é possível iniciar liberação do isolamento com curva do coronavírus em franca ascendência.” Isso entra em choque com a opinião do presidente Bolsonaro e com a  “total sintonia” citada no primeiro discurso.

Qual o motivo da demissão do ex- ministro Mandetta ? Ele era contra o fim do isolamento de forma imediata  e o presidente Bolsonaro a favor. Lembrando que a decisão do STF dando direito para governadores e prefeitos tomarem a decisão, Mandetta ainda estava no ministério.

A demissão  desnecessária prejudicou o país  e nada mudou com relação a situação do isolamento. O perido de transição, a escolha dos novos secretários, tudo isso gerou perda de foco e perda de tempo no combate ao novo coronavírus.

Enquanto Nelson Teich ainda está “estudando” e “conhecendo a doença”, como ele sempre afirma, o ex- ministro da Saúde, Henrique Mandetta que já sabia o que fazer foi injustamente demitido. A demissão prejudicou o Ministério da Saúde e consequentemente aumentou o número de mortes.

O atual ministro é um boneco do presidente e não possui autoridade nem para escolher seus auxiliares. A escolha tem sido feita por Bolsonaro. O cargo de secretário executivo do ministério da saúde, considerado o número dois do ministério, está sendo ocupado pelo general Eduardo Pazuello no lugar de  Wanderson Oliveira.  O Brasil possui mais militares no governo do que na ditadura da Venezuela.  Teich já está há duas semanas no cargo e ainda não fez nada de novo. Não possui um plano de ação para amenizar os terríveis efeitos da covid 19 no país. Em sua última entrevista, Teich admitiu a possibilidade do Brasil ter mais de mil casos de mortes diárias

Quais as providencias que estão sendo tomadas para evitar o avanço da doença? O Brasil precisa de uma resposta.

É preciso acoes concretas e menos conversa fiada. Ele deixe isso para Rolando Lero, personagem do humorista, Chico Anísio. E enquanto  o atual ministro estuda a doença e nada é feito, as mortes aumentam e   o presidente Bolsonaro da mal exemplo, fazendo aglomerações e cumprimentando pessoas .e espalhando o vírus

*Jorge Roriz – Jornalista e Editor do Portal Saúde no Ar.

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