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O balanço da saúde no carnaval de Salvador

Apesar das críticas às agressões causadas por armas de fogo, que contabilizaram 21 ocorrências neste carnaval, para a prefeitura de Salvador houve um decréscimo de 27% nos atendimentos nos dez módulos armados na cidade. As agressões físicas (665) foram a segunda maior causa de ocorrências nos módulos, ficando atrás apenas da intoxicação alcóolica (714).
Segundo dados da Secretaria de Saúde do Município, houve um aumento de 66% na realização de cirurgias de face nos circuitos da folia, sendo que dos 418 atendimentos bucomaxilofacial, o posto fixo na Rua Ademar de Barros liderou com 100 ocorrências, seguido pelo da Montanha (81), da Piedade (61) e da Sabino Silva (58). As intervenções na mandíbula, nariz e maçã do rosto são de suma importância, pois esse tipo de trauma necessita de intervenção rápida. Desta forma, a prefeitura ampliou o número de equipes intervencionistas:  três das seis equipes de cirurgiões plantonistas estavam fixas nos módulos assistenciais, enquanto outras três equipes móveis se deslocavam através de motolândias (motos equipadas)para os locais de ocorrências.
Após o procedimento, os pacientes foram encaminhados para uma unidade da rede de hospitais para acompanhar a evolução do quadro clínico, já que estabilização de um trauma pode durar até 60 dias. No ano passado, as agressões físicas resultaram em 251 intervenções cirúrgicas nos módulos assistenciais.
Uma adolescente de dezessete anos deu à luz a um menino no circuito Barra-Ondina, na noite desta segunda-feira (16). A mãe e o bebê foram encaminhados para a maternidade Magalhães Neto e os dois passam bem.  Quando entrou em trabalho de parto, a jovem está trabalhando na folia como vendedora ambulante.
Uma foliã pipoca de 65 anos morreu na tarde da terça-feira (17) no Circuito Osmar. Conduzida inconsciente por familiares ao módulo da Prefeitura instalado no Politeama, a paciente foi diagnosticada com edema agudo de pulmão, evoluindo para duas paradas cardiorrespiratórias. Apesar dos esforços da equipe médica, não resistiu aos procedimentos de reanimação.
De acordo com relatos da família, ela era portadora de doença coronariana e já havia enfartado três vezes. Este foi o primeiro caso de atendimento por parada cardiorrespiratória registrado durante a folia momesca de 2015. A estrutura montada nos módulos de assistência à saúde para o Carnaval possui leitos de estabilização para este tipo de procedimentos de alta complexidade, com equipamentos de suporte avançado de vida, e equipes capacitadas.

HIV e sorologia positiva

Foram 35 diagnósticos positivos para HIV dos 7.068 testes rápidos realizados durante o carnaval. Houve 137 reagentes para sífilis, 16 para Hepatite C e 10 para Hepatite B. Esse é o balanço final do Projeto Fique Sabendo que este ano registrou uma procura 65% maior comparado ao carnaval passado, quando no mesmo período foram realizados somente 4.820 testes.
Os diagnósticos positivos não querem dizer que a pessoa esteja com Aids e sim que elas tem o vírus da doença, que com os cuidados pode vir a não se desenvolver. Os pacientes soropositivos  forma encaminhados para o Serviço Municipal de Assistência Especializada-Semae, na Liberdade, para acompanhamento médico e multiprofissional. Os que foram reagentes para sífilies e hepatitetes devem comparecer ao  Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA Marymar Novais, que funciona no Dendezeiros, para realização de exame confirmatório.

O Fique Sabendo é um projeto que visa estimular o diagnóstico precoce como forma de quebrar a cadeia de transmissão do HIV e DST’S, além do auxílio ao paciente durante todo o tratamento, que é ofertado gratuitamente pela rede municipal de saúde. Dados do Ministério da Saúde indicam que, cerca de 718 mil pessoas vivam com HIV no país, sendo que 150 mil desconhecem sua situação.

As testagens para confirmação podem ser feitas gratuitamente durante todo o ano em 96 postos de saúde do município.
Outro destaque, conforme a prefeitura consiste no incentivo ao sexo protegido através da distribuição de preservativos e materiais educativos sobre prevenção das DST’s. Durante todo o ano,  qualquer cidadão pode fazer a retirada das camisinhas nos postos de saúde que integram a Atenção Básica da rede municipal de Salvador.

Atendimentos na rede estadual

Segundo o superintendente de Saúde do Estado, Matheus Simões, durante a folia, a Secretaria da Saúde foi 3,39% maior que em relação ao ano passado. Nas unidades de atendimento da Secretaria  da Saúde do Estado (Sesab) foram registradas até 17h desta terça-feira (17), 137 ocorrências, sendo o maior número (72) no Hospital Geral do Estado (HGE), na Avenida Vasco da Gama, seguido do seguido do Hospital Geral Ernesto Simões Filho (HGESF), com 17.

A Unidade de Emergência do Curuzu atendeu 16 pessoas, o Hospital do Subúrbio, 11, os hospitais Roberto Santos, oito, o Menandro de Farias seis, o Eládio Lasserre, três. As unidades de Emergência de Pirajá registraram duas ocorrências, de Cajazeiras VIII e a UPA do Subúrbio, uma, cada.

Este ano, também não foi diferente de anos anteriores, quando agressão física marcou a maioria das ocorrências que chegaram às unidades da Rede Própria da Sesab. Foram registradas 58, sendo 39 atendidas no HGE. Ocorreram 20 agressões por arma de fogo e 11 por arma branca, seguidas de 18 quedas, 10 por intoxicação exógena; oito por complicações por doenças pré-existentes; seis ferimentos acidentais; cinco registros por colisão e um por atropelo. Todas as ocorrências podem ser vistas em tempo real no Sistema de Ocorrências Médicas para o Carnaval 2015.

Mais doadores de sangue este ano

Em 2015, a população baiana compareceu em maior número à Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) para realizar doação de sangue. Em 2014, foram coletadas 235 bolsas de sangue e no ano passado, 285 bolsas. No total, 314 pessoas se cadastraram em 2014 para doar sangue e este ano, 404, quando também o número de bolsas coletadas cresceu em 21,7%. Já o crescimento no número de candidatos ficou em 28,66%. Nesta quarta-feira (18), o Hemoba funcionará das 13h às 18h30.

Cevesp sem ocorrências epidemiológicas

Nenhuma ocorrência epidemiológica foi detectada nos seis dias de Carnaval, como informou o coordenador do Centro de Vigilância nas Emergências de Saúde Pública (Cevesp), Ramon Saavedra. Nos contatos feitos com os nove Núcleos Regionais de Saúde e nada foi registrado. As equipes da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) e do Cevesp estiveram de plantão no Centro de Atenção à Saúde (CAS), na Avenida ACM.
 

 

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