O assassinato do candidato á presidência da República do Equador, atenta contra a democracia

“Um crime político de caráter terrorista”. Foi assim que o presidente do Equador, Guillermo Lasso, de direita, definiu o assassinato do candidato à Presidência de centro-esquerda Fernando Villavicencio onze dias antes da eleição. O ataque foi na tarde de quarta-feira (9), na capital Quito, quando Villavicencio deixava um colégio onde tinha realizado um comício.

Fernando Villavicencio tinha 59 anos e foi integrante da Assembleia Nacional de 2021 a 2023. Antes de começar a carreira política, foi jornalista investigativo e ficou conhecido por revelar casos de corrupção do governo equatoriano.

Fernando estava em quinto lugar na intenção de votos }a eleição e dizia que ia comnbater a rota do tráfico de drogas, da Colômbia para a Amazônia e EUA  e Europa.

O Equador sofre com uma atuação forte de cartéis de narcotraficantes. A quantidade de drogas apreendidas nos últimos quatro anos triplicou e o número de assassinatos aumentou mais de 400%.

Em um vídeo divulgados horas depois do crime, homens encapuzados disseram ser de uma das facções criminosas que atuam no país, ligada a um cartel mexicano, e assumiram a autoria do crime. Em um outro vídeo, divulgado mais tarde, homens vestidos de branco afirmaram ser os verdadeiros integrantes da facção Los Lobos e negaram a autenticidade do primeiro vídeo.

Seis suspeitos foram presos. Segundo a polícia, eram colombianos ligados a uma facção criminosa.Um dos suspeitos morreu em combate com a polícia.

Repercussão no exterior:
O Ministério de Relações Exteriores da França classificou o caso como um ato de barbárie e um ataque contra a democracia.

O governo espanhol disse que apoia o processo eleitoral e a democracia equatorianas. E pediu que os responsáveis sejam punidos.

Na China, o Ministério das Relações Exteriores condenou o assassinato e declarou que espera que o governo e os partidos mantenham a estabilidade do país para que as eleições deste mês ocorram de maneira segura.

Nos Estados Unidos, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca disse que espera uma investigação completa e transparente. John Kirby pediu punição para os responsáveis.

Em nota, o governo chileno disse que o crime é injustificável e faz lembrar da importância de fortalecer a convivência democrática e o diálogo como ferramenta para combater a violência.

O presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, repudiou o assassinato. O crime também foi destaque nos principais jornais do mundo.

A Organização dos Estados Americanos fez um apelo para que todos os candidatos da eleição presidencial equatoriana cobrem das autoridades o apoio necessário para garantir a integridade dos participantes do processo eleitoral.

Repercussão no Brasil:

o Itamaraty divulgou uma nota afirmando que “o governo brasileiro havia tomado conhecimento, com profunda consternação, do assassinato de Fernando Villavicencio” e que “ao manifestar a confiança de que os responsáveis por esse deplorável ato serão identificados e levados à Justiça, o governo brasileiro transmite suas sentidas condolências à família do candidato presidencial e ao governo e povo equatorianos”.

Nesta quinta-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral e mionistro do STF, Alexandre de Moraes,afirmou:

“Como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, manifesto o nosso profundo pesar pelo ataque terrorista à democracia do Equador. O respeito às leis e ao Estado Democrático de Direto prevalecerão com a garantia absoluta do exercício da cidadania nas eleições no Equador no próximo dia 20 de agosto. Repudiamos todo e qualquer ato que ponha em risco o legítimo processo eleitoral que assegure ao cidadão o direito de escolher livremente os seus legítimos representantes”.

o presidente da Cãmara, Arthur Lyra:

“Nós esperamos que a Justiça e as forças policiais do Equador apurem isso o mais rápido possível e que sejam punidos veementemente os autores, ou quem está por trás disso, e que as eleições possam acontecer no dia 20, para que a democracia não sofra arranhões naquele país”.

Presidente do Senado,Rodrigo Pacheco:
“O combate de ideias não pode e não deve jamais extrapolar o campo político, o campo das ideias. A política não pode se confundir com guerra. A política é o contrário da guerra, é o campo de resolução de conflitos de forma civilizada democrática e pacífica”.

 

Fontes: O Globo, Jornal Nacional.

Jorge Roriz

 

 

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