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Números de casos de Covid19 é dez vezes mais do que o anunciado

O pesquisador Marcelo Gomes, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e responsável pelo portal Infogripe, afirmou à CNN, nesta quarta-feira (29), que dados indicam que o Brasil tem dez vezes mais casos do que o número registrado oficialmente. Segundo o Ministério da Saúde, até ontem eram 71.886 mil casos, o que, na avaliação dos pesquisadores da Fiocruz, aponta que são mais de 700 mil casos no país.

“Infelizmente, o que a gente tem trabalhado é da ordem de dez vezes o número de casos confirmados. Um quadro bastante preocupante”, informou o pesquisador, acrescentando que isso não se aplica ao número de mortes. “Não é uma aplicação direta do mesmo percentual, porque o índice de mortos segue uma lógica um pouco diferente, já que não há caso leve e assintomático. A questão é a rotina de teste das pessoas que morreram sem uma causa clara”, explicou

O projeto de pesquisa, o Epicovid19, é coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e pelo governo gaúcho, concluiu que
Para cada caso notificado, pode haver de 5 a 26 não notificados (muitos deles assintomáticos).

Em cada milhão de habitantes do Rio Grande do Sul, haveria cerca de 1,3 mil infectados (com anticorpos), para um registro oficial de 108 casos por milhão de habitantes (são registrados apenas casos que chegam a ser testados, na prática, os mais graves).

O Portal da Transparência do Registro Civil,informou que os cartórios do país no período de 26 de fevereiro a 17 de abril, registraram um aumento de 43% de mortes por motivos indeterminados.
Segundo especialistas, o aumento de óbitos sem causa definida pode estar associado a vítimas de coronavírus que morreram sem ter o diagnóstico da doença.

Outro estudo também concluiu que a subnotificação no Brasil é muito alta

O estudo i realizado pelo projeto Nois (Núcleo de Operações e Inteligencia em Saúde), do qual participam o laboratório Fiocruz, a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e a Universidade de São Paulo (USP), entre outros centros acadêmicos, os pesquisadores concluíram que.

“A baixa capacidade de testes RT-PCR fez com que o Ministério de Saúde recomendasse testar apenas os casos mais graves. Mesmo assim, nem todos os casos suspeitos deste grupo estão sendo examinados”, apontaram os pesquisadores.

“O elevado grau de subnotificação pode sugerir uma falsa ideia de controle da doença, e consequentemente poderá levar à redução na implementação de ações de contenção, como o isolamento horizontal”, acrescentou o texto.

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