O número de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) matriculados nas escolas brasileiras tem apresentado um crescimento expressivo nos últimos anos, refletindo avanços no diagnóstico e na inclusão educacional. De acordo com o Censo Escolar 2024, divulgado em abril de 2025 pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o total de matrículas na educação especial ultrapassou 2 milhões de alunos, sendo que 92,6% deles estão inseridos em classes comuns de ensino regular.
Crescimento nas Matrículas de Estudantes com TEA
O aumento mais significativo ocorreu entre os estudantes com diagnóstico de TEA. Em 2015, registravam-se 41.194 alunos com autismo matriculados; em 2024, esse número saltou para 884.403, representando um aumento de mais de 20 vezes em uma década.
Distribuição por Etapas de Ensino
A distribuição dos alunos com TEA nas diferentes etapas de ensino, conforme os dados mais recentes disponíveis, é a seguinte:
- Educação Infantil: 284.847 matrículas (16% do total).
- Ensino Fundamental: 1.114.230 matrículas (62,9%).
- Ensino Médio: 223.258 matrículas (12,6%).
Fatores Contribuintes para o Aumento

Especialistas atribuem esse crescimento a diversos fatores, incluindo maior conscientização sobre o autismo, Influências ambientais e genéticas, aprimoramento nos processos diagnósticos e políticas públicas voltadas para a inclusão educacional. Tatiana Martins, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), destaca que o aumento no acesso ao diagnóstico e a sensibilização de profissionais de saúde e educação têm sido determinantes para esse cenário.
Desafios e Perspectivas
Apesar dos avanços, ainda existem desafios significativos. A professora Luciana Carla dos Santos Elias, da Universidade de São Paulo (USP), ressalta a necessidade de diagnósticos precisos para um planejamento educacional eficaz. Além disso, a capacitação contínua de professores e a oferta de suporte adequado nas escolas são essenciais para garantir a efetiva inclusão e aprendizagem dos estudantes com TEA.
Em resposta a essa demanda crescente, o MEC tem implementado ações para fortalecer a inclusão de estudantes autistas, como a formação de profissionais de educação e a disponibilização de recursos de acessibilidade. O objetivo é assegurar condições de acesso, permanência e aprendizagem para todos os alunos, independentemente de suas especificidades.
O aumento expressivo de matrículas de alunos com autismo nas escolas brasileiras reflete tanto os avanços na identificação do TEA quanto os esforços contínuos para promover uma educação inclusiva e de qualidade. No entanto, é fundamental que políticas públicas e práticas pedagógicas continuem evoluindo para atender às necessidades dessa população de forma eficaz e humanizada.