Como uma das intercorrências mais frequentes a mucosite oral em pacientes com câncer submetidos à quimioterapia e radioterapia. Assim, segundo pesquisadores, o problema trata-se de inflamação da mucosa bucal, com formação de pseudomembrana e fonte potencial de infecções com risco de morte.
De acordo com Dr Paulo Figueiredo, professor associado de Estomatologia da Universidade de Brasília e coordenador da Residência Multiprofissional em Odontologia e Atenção Oncológica do Hospital Universitário de Brasília, a mucosite decorre de dois fatores – a toxicidade causada pela aplicação dos tratamentos e a chamada mielossupressão, quando a atividade da medula óssea é diminuída.
Quando ocorre?
De acordo com a maioria dos estudos, a mucosite ocorre em até 80% dos pacientes que recebem quimioterapia em altas doses; bem como em até 100% dos que passam por tratamento de radioterapia para tumores de cabeça e pescoço, e aproximadamente 20-40% nos casos de quimioterapia convencional.
Impactos que causa no paciente?
Clinicamente, a mucosite pode se apresentar como um eritema (vermelhidão), ardência bucal e lesões ulcerativas, às vezes com sangramento. Ela afeta principalmente os lábios, língua, mucosas, gengivas e garganta e interfere na qualidade da saliva e da voz, gerando dor, dificuldade em deglutir (disfagia) e incapacidade de se alimentar.
Como tratar e amenizar o problema?
Além disso, no ano de 2014, a Associação Multinacional de Cuidados de Suporte ao Câncer; bem como, a Sociedade Internacional de Oncologia Oral publicaram diretrizes de prática clínica baseadas em evidências para a mucosite.
Prevenção e tratamento com crioterapia
A prevenção da mucosite oral com a crioterapia é feita usando, por exemplo, lascas de gelo, gelo picado; picolé ou pela realização de bochechos com água gelada na cavidade oral durante a administração dos quimioterápicos.
Dessa forma, a técnica que utiliza Cold Mouth, primeiro dispositivo intraoral para prevenção e tratamento da mucosite, produzido nos Estados Unidos e distribuído para todo o país pela Gador do Brasil. Com venda livre; além disso, o produto traz mais conforto na aplicação de técnicas de crioterapia, permitindo o alívio da inflamação e da dor.
Ainda assim, exames termográficos em pacientes que utilizaram o dispositivo apresentaram uma redução da temperatura da cavidade oral para; em média, 0,38ºC negativos por mais de 30 minutos e de maneira uniforme. “A diminuição da temperatura da mucosa oral reduz a circulação do fármaco na região. Dessa forma, impede que o agente quimioterápico chegue aos tecidos bucais em grandes quantidades”, explica a dentista Nisley Tocchio, que está desenvolvendo um projeto de pesquisa de mestrado com o Could Mouth.
Da Redação