O Medico Oncologista e Membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, Dr. Gilberto Amorim, foi entrevistado nesta terça-feira,( 18/03) no Programa Saúde no ar, ( via telefone) por Patrícia Tosta. O tema da entrevista foi ” Os novos avanços para o tratamento do câncer de mama”.
Dr. Gilberto é Coordenador Nacional de Oncologia Mamária da Oncologia D’or;
Membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC); Membro Voluntário do Conselho Científico da Femama, Instituto Oncoguia e Fundação Laço Rosa.
Dr. Gilberto que participou recentemente do congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que ocorreu em Chicago (EUA), de 31 de maio a 04 de junho. e na entrevista ele cita a medicação, Kisqali, que foi citado por estudiosos no Congresso como uma grande esperança para se obter uma sobrevida para as pacientes portadoras de câncer de mama.
Kisqali (succinato de ribociclibe) é um inibidor da ciclina D1 / CDK4 e CDK6 e é utilizado no tratamento de certos tipos de cancro da mama. Ele também está sendo estudado como um tratamento para outros cânceres resistentes a medicamentos. Foi desenvolvido pela Novartis e pela Astex Pharmaceuticals.
Esta medicação já está disponível no Brasil ( desde o ano passado) e ainda não é acessível aos pacientes do SUS. Porém, está sendo fornecido por planos de saúde.
Segundo Dr. Gilberto, ” Alguns planos estão fornecendo e outros não”. Ele explica que o acesso no Brasil é limitado porque existe uma lista de medicamentos oncológicos (orais) que e esta lista é atualizada de forma periódica.
Alguns convênios não se sentem obrigados a fornecer o medicamento, alegando que a medicação não está na lista por ela está defasada. Alguns pacientes precisam recorrer a justiça.
O medicamento possui um custo elevado mas ele é vendido através de operadoras.
“Este medicamento consegue aumentar o tempo de vida total das mulheres mesmo na fase da metástase ( quando o câncer de mama já atingiu outros órgãos) é aumentado na ordem de 30%. E a primeira vez que temos resultados tão importantes”, afirmou, Dr Gilberto.
Ainda segundo Dr. Gilberto, é preciso reduzir os hormônios das pacientes: “Os hormônios funcionam como um combustível para alimentar as células doentes do câncer. Ao bloquear os hormônios as pacientes acabam ficando em menopausa e com isso se consegue diminuir o crescimento das células tumorais”
Ele explicou que a medicação também pode ser usadas por mulheres jovens ( que ainda não atingiram a menopausa).
O diferencial da medicação é que o tratamento anti-hormonal funciona em mais pacientes e por mais tempo e na combinação com outros medicamentos se consegue adiar a necessidade do uso de quinoterapia de forma muito expressiva, melhorando a qualidade de vida.
A medicação se toma em casa, associada ao tratamento que a paciente já está acostumada a fazer.
Ouça a entrevista completa: