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Segue investigação sobre doença misteriosa na Bahia

Pesquisadores da  Universidade Federal da Bahia (UFBA)  estão  analisando  amostras de material colhido  dos pacientes que apresentaram sintomas de uma doença misteriosa que chama atenção das autoridades em saúde do estado. O  trabalho é para  identificar possíveis vírus ou agentes transmissores.Ainda não há certeza sobre as causas da doença, mas a orientação é de que, ao perceber os sintomas, os pacientes se hidratem bastantes, evitem a automedicação e  procurem  um médico para que os sintomas não evoluam. Nos últimos dias, 19 pessoas em Salvador e no litoral norte do Estado apresentaram fortes dores musculares e eliminaram urina escura. Além de Salvador foram registrados casos em Valença, no Baixo Sul baiano. Um roteiro de investigação que começou a ser aplicado nesta segunda-feira (19) está sendo acompanhado pela  Secretaria Municipal de Saúde, Fundação Osvaldo Cruz, e pelo médico infectologista Antônio Bandeira, que trata parte das ocorrências do surto. Uma das suspeitas é que os sintomas estejam relacionados com o consumo do peixe olho de boi.

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) se manifestou através de nota informando que já foi notificada sobre o vírus que estaria assustando os baianos.A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) se manifestou através de nota informando que já foi notificada sobre a doença e que está investigando os casos.A Universidade Federal da Bahia (UFBA) na pessoa do Dr. Gúbio Soares, pesquisador do laboratório de virologia e doutor em virologia, está investigando os sintomas da doença que em casos mais graves, pode levar a insuficiência renal.

Apesar da investigação ainda está em processo, acredita-se que a transmissão seja via oral, através do aparelho respiratório, porém ainda não foi possível identificar o vírus causador da doença. “ Nós já sabemos que é um vírus que causa a doença, mas ainda não determinamos qual o tipo”, afirma Dr. Gúbio, que complementa dizendo já ter coletado amostras de pacientes, para tentar identificar o vírus. “Precisamos de cerca 10 a 15 dias para conseguirmos fazer essa identificação”.

Além da dor muscular extrema e urina na cor preta, Soares destaca outro sintoma da doença que é o aumento da enzima CPK no organismo, que atua na regulação do metabolismo dos tecidos contráteis, como os músculos esquelético e cardíaco. “Teve paciente com índice de CPK de 100 mil unidades por litro de sangue, enquanto o normal é 200 unidades por litro”, falou Dr. Gúbio. “Por isso, como há risco de insuficiência renal, os pacientes devem ficar internados até a urina voltar à cor normal”, afirma.

Relatos

Em Salvador, houve casos de pessoas que tiveram a doença. Um deles, foi o da estudante Giovana Colavolpe, 24 anos, que conta que o namorado dela, Tiago Pavan, teve os mesmos sintomas, no mesmo período que ela.  “Na última sexta (9), eu senti uma dor muito forte no corpo inteiro. Começou no pescoço, foi irradiando e pegou o corpo inteiro. Eu tomei um relaxante muscular e não fez efeito, depois tomei um segundo comprimido e senti uma leve melhora. Quando acordei na manhã de sábado (10), estava ainda com dor e fui para o hospital”, conta Giovana, que relata ainda que a dor era insuportável.

A estudante que ficou internada no hospital de sábado até a última quarta-feira (14), quando recebeu alta, relata como sentia-se quando queria movimentar seu corpo. “Quando você pensa em se mover, dói todos os músculos que você utiliza para fazer o movimento que você quer. É uma dor que eu não quero para o meu pior inimigo”, conta a Giovana. Para o médico infectologista Antônio Bandeira o tratamento é feito com hidratação e analgésico. “O paciente não deve, em hipótese nenhuma tomar anti-inflamatório, porque pode piorar a função renal”, adverte. O tempo de melhora, em média, dura três dias.

Uma investigação mais detalhada dos casos aponta para exposição recente a peixe. A literatura médica já registrou uma síndrome muito parecida descrita no Estado do Amazonas, em peixes de água doce, a questão é que as pessoas atendidas até agora aqui na Bahia, comeram peixes de água salgada.

O especialista afirma que, no Amazonas, a toxina já foi identificada no peixe de água doce “pacu manteiga”, que causa um quadro de sintomas semelhante. “Aqui a gente vai ter que investigar”, afirma. Ele destaca, no entanto, que a possibilidade de a doença ser causada por vírus não foi descartada.

Segundo o médico, o caso que vem ocorrendo na capital baiana já pode ser considerado um surto. “É um surto. Anteriormente não tínhamos registro da doença, e agora já são 19 casos  notificados.

 

Redação Saúde no ar.

Louise Batista

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