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Novo método de transplante de coração pode ajudar a reduzir fila de espera por órgão

Atualmente, a maioria dos corações transplantados vem de doadores com morte cerebral. Contudo, uma nova pesquisa mostra que um método diferente de transplante pode ser bem-sucedido e aumentar o número de órgãos disponíveis em 30%.

A abordagem é chamada de doação após morte cardíaca (DCD), já utilizada para recuperar rins e outros órgãos. Dessa forma, pesquisadores do centro acadêmico Duke Health, nos Estados Unidos, afirmaram nesta semana que o uso desses corações – até então evitados – pode permitir que milhares de pacientes tenham a chance de um transplante que salva vidas.

O método usual de doação de órgãos ocorre quando os médicos, por meio de testes cuidadosos, determinam que alguém não tem mais função cerebral após uma lesão catastrófica. O corpo é deixado em um ventilador que mantém o coração batendo e os órgãos oxigenados até que sejam recuperados e colocados no gelo.

Já a doação DCD ocorre quando alguém tem uma lesão cerebral irreversível, mas, como todas as funções cerebrais ainda não cessaram, a família decide retirar o suporte de vida e, com isso, o coração para de bater. Isso significa que os órgãos ficam sem oxigênio por um tempo antes de serem recuperados – por isso, os cirurgiões acabavam deixando pra trás o coração, preocupados com possíveis danos ao órgão.

Agora, os médicos podem remover esses corações e colocá-los em uma máquina que os “reanima”, bombeando sangue e nutrientes à medida que são transportados – e demonstrando se funcionam bem antes do transplante planejado.

O estudo, realizado em vários hospitais dos Estados Unidos, envolveu 180 receptores de transplante, metade dos quais recebeu corações pelo método DCD e metade recebeu corações de doadores com morte cerebral que foram transportados no gelo.

Seis meses depois, a sobrevivência foi quase a mesma: 94% para os receptores de doações DCD e 90% para aqueles que receberam os corações após morte cerebral, relataram os pesquisadores no New England Journal of Medicine.

As descobertas são empolgantes e mostram “o potencial para aumentar a justiça e a equidade no transplante cardíaco, permitindo que mais pessoas com insuficiência cardíaca tenham acesso a essa terapia que salva vidas”, disse a cardiologista de transplantes Nancy Sweitzer, da Universidade de Washington em St. Louis, que também está envolvida no estudo.

 

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Joice Mara Araujo

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