Tatuagens que mudam de cor para realização de exames de sangue e detecção de doenças degenerativas com um simples exame de retina.
Essas foram apenas algumas das inovações trazidas no South by Southwest, que terminou no último sábado (16) em Austin, no Texas, Estados Unidos. Durante nove dias, o festival recebeu palestrantes e profissionais para tratar do impacto da tecnologia no setor da saúde.
A medicina é uma área que, tradicionalmente, já trabalha com pesquisa e tecnologia de ponta. Por isso, mais do que apresentar novos recursos, o SXSW fez discussões sobre como as novas inteligências estão colaborando para melhorar a coleta e análise de dados que podem servir de base para propor soluções cada vez mais personalizadas, trazer tratamentos menos invasivos e, principalmente, democratizar o acesso à saúde.
O presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, Sidney Krajner, esteve em Austin participando do painel “4 Projetos de Tecnologia e Dados para Equidade na Saúde”, e falou em entrevista sobre o assunto.
“Eu acho que se a gente tirar dessa tecnologia o que é dispositivo, na busca de aumentar o acesso à saúde, eu não tenho dúvida nenhuma que o que vai fazer a diferença é a capacidade de gerar dados“, afirmou.
“E que esses dados se transformem em informação e material para formação de algoritmos que trabalhem com inteligência artificial, para economizar trabalho do profissional de saúde. Para que o profissional de saúde tenha o tempo dele dedicado a algo que só ele pode fazer”, completou.
Mark Sendak, que é pesquisador no Duke Institute for Healt Innovation, concorda. “As novas tecnologias não foram criadas especificamente para a saúde, mas ajudam a tornar tudo mais rápido”, afirmou durante o painel “IA, Saúde e o Estranho Futuro da Medicina”.
“Quando você trabalha em certos casos agora você não precisa começar do zero, fazendo uma curadoria de conjunto de dados, há uma enorme quantidade de tarefas que você começar a enfrentar mais rapidamente”, diz Sendak.
“Eu acho que a próxima era é uma era de rede, onde você pode obter assistência onde quiser, por quem quiser e por todas as fronteiras. E onde tudo será guiado pela ótica do paciente. E acho muito importante manter o toque humano. E ele precisa ser integrado com o digital”, afirmou Jag Singh, professor de medicina na Harvard Medical School, no painel “Repensando e Reinventando a Medicina”.
Conheça cinco tendências da saúde
Medicina personalizada
Com o uso das inteligências artificiais, cada vez mais dados estão sendo criados, e a rapidez na análise dessas informações também é cada vez maior.
O efeito disso será uma medicina cada vez mais personalizada, baseada em características específicas de cada população ou paciente.
Saúde dos olhos
Hoje, já é possível detectar predisposição para diabetes, pressão alta e aneurisma, por exemplo, com um simples exame de retina.
E há várias pesquisas indicando que também é possível a detecção precoce de doenças como mal de Alzheimer, doença Parkinson e esclerose lateral amiotrófica.
CRISPR
O CRISPR é aclamado como uma das descobertas mais revolucionárias da biologia moderna, e traz a promessa da cura de doenças genéticas que antes eram consideradas intratáveis.
Ele funciona, basicamente, com uma tesoura que permite cortar uma parte específica do DNA, permitindo reprogramar as células.
A expectativa é que um dia as pessoas comuns possam interagir diariamente com as tecnologias de edição genética.
Sensores em todos os dispositivos
Crescimento do uso dos chamados “wearables”, que são dispositivos acessórios como óculos, relógios, colares.
Equipados com sensores que permitem captar inúmeras informações de saúde, eles também vão ajudar a oferecer soluções mais personalizadas.
Remédios para emagrecer
O uso de medicamentos para diabetes por pessoas que querem perder peso já são uma tendência pelo mundo.
O que as pesquisas e novas tecnologias têm ajudado a comprovar é a eficácia no tratamento da obesidade e, também, pode ajudar em outras condições de saúde.
É importante, porém, que o medicamento seja utilizado com acompanhamento médico.
Fonte: CNN