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Novas perspectivas para saúde na Bahia

Em um estado com dimensões continentais, desenvolver um trabalho de forma integrada e centrado em metas e resultados é um desafio. O novo secretário de Saúde, Fábio Vilas Boas, falou em entrevista a comunicadora Patrícia Tosta, durante o Programa Saúde no Ar desta terça-feira (30.12), sobre as perspectivas da saúde na Bahia. Na conversa ele revelou como vai usar da experiência de médico e gestor para dar uma nova cara a saúde no Estado.

O fortalecimento do SUS é um dos  objetivo que Vilas Boas pretende executar na sua gestão. Ele espera contar com o financiamento na ordem de US$ 280 milhões através do Banco Mundial (Bird).

Demanda antiga da Região Metropolitana de Salvador (RMS), também será cumprida pela nova gestão, um projeto para aumentar a rede em todos os municípios do estado. Um dos desejos do secretário é descentralizar a assistência nas unidades básicas de saúde e hospitais da capital.  “Precisamos descentralizar a ação da Secretaria e da rede em sua alta e média complexidade em Salvador.  Levar para as cidades do interior a assistência que hoje é feita na capital. Vamos revolucionar o sistema de saúde através de consorcio municipais”, salienta o secretário.

Consciente da dimensão da rede de saúde pública da Bahia e dos serviços oferecidos à população, Fábio Vilas-Boas planeja mapear todas as unidades públicas de saúde para gerir um bom trabalho. “A Bahia é grande. Somos maiores que muitos países europeus. Há uma dispersão muito grande dos serviços, que se encontram distantes uns dos outros.  A primeira medida é conhecer todos os hospitais públicos do Estado, bem como os hospitais conveniados, filantrópicos e organizações sociais. Isto possibilitará uma visão clara da vocação desses hospitais para darmos o primeiro passo na criação de uma rede intermunicipal de assistência em saúde”, ressalta.

Seguindo uma conduta do atual Governador do Estado Rui Costa, profissionais experientes em suas respectivas áreas farão parte da administração da saúde pública. “Montamos uma equipe composta por profissionais experientes, profissionais com mestrado e com experiência em gestão. Sob comando de um cardiologista, a Secretaria de Saúde da Bahia, vai combater os numerosos casos de infarto e AVC, duas das principais doenças que afeta os baianos”.

Terceirização – A respeito da terceirização na área da saúde,  o novo secretário  salientou que o modelo que a gestão vai buscar é aquele que atenda aos interesses da população , declarou: “Não interessa que quem presta o serviço é um servidor direto ou contratado, o importante é a qualidade do serviço”. Para tanto o novo secretário deve contar com o apoio da tecnologia criando mecanismos de controle de qualidade e eficiência através de uma rede de informação.

Outra questão abordada na entrevista, foi o modelo de parceria público-privada. “Existe um teto legal de valores que precisa ser seguido. Eu enxergo de uma forma diferente, prefiro fazer uma análise cientifica do serviço prestado e isso nós faremos. Com base no resultado da nossa pesquisa, isso irá nortear qual o melhor modelo de assistência que deve ser oferecido para a população”, avaliou.

Boa parte das ações básicas estão sob gestão das prefeituras. Vencer o desafio do trabalho em conjunto, também está nos planos do novo secretário de saúde da Bahia. “Boa parte dos municípios não têm recurso suficiente para a área de saúde. A ideia é atuar subsídios para as cidades se qualifiquem gerencialmente e sejam aptas a gerir sua própria rede de saúde. Se o município não for capaz de fazer esse gerenciamento, ele será inserido nos consórcios intermunicipais”.

Entre os desafios apontados o novo secretário chamou atenção para o déficit de leitos tanto na rede pública quanto privada, o que deve ser resolvido com o melhor uso da rede própria, através do mapeamento prévio da situação real das unidades. O cardiologista e novo gestor salientou que “o grande desafio da saúde não é ampliar a rede de hospitais, mas garantir a prevenção das doenças”.

Para concluir o novo secretário anunciou uma novidade, a criação de dois conselhos: o Conselho das entidades médicas e o Conselho das entidades de saúde, o que segundo ele é um sinal da gestão democrática e que deve ouvir as bases para o desenvolvimento das ações.

 Ouça a entrevista na íntegra!

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