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Nova terapia contra câncer de útero

Considerada uma das doenças que mais matam mulheres no mundo o câncer de colo de útero é uma doença que se desenvolve a partir da Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC), lesão que mostra uma forte associação com ovírus HPV(sigla em inglês para papilomavírus humano). No Brasil, conforme material publicado no Diário de Saúde, este é o segundo tipo de câncer que mais prevalece no sexo feminino, ficando atrás apenas do câncer de mama.

Existem mais de 150 tipos de HPV descritos na literatura, sendo que eles são divididos em dois grupos: de baixo e alto risco, que depende da capacidade do vírus em desenvolver lesões benignas, como o condiloma; ou, se for um tipo viral oncogênico, pode desenvolver principalmente o câncer de colo de útero.

Contudo, uma boa notícia é a de que atualmente existem outras opções além e cirurgias: as lesões que causam o câncer de colo do útero – ou câncer cervical – podem ser tratadas de forma não invasiva através do uso da luz.

Terapia Fotodinâmica

A técnica, conhecida como Terapia Fotodinâmica (TFD), utiliza um creme e um aparelho portátil contendo duas ponteiras com LEDs – uma emitindo luz na cor azul e outra vermelha. A luz interage com o creme, matando seletivamente as células tumorais.

Os resultados obtidos pela equipe do professor Vanderlei Bagnato, da USP em São Carlos (SP), resultaram em um protocolo de tratamento inovador que está pronto para uso clínico.

Até este momento, os pesquisadores brasileiros aplicaram a técnica em 70 pacientes com NIC (Neoplasia Intraepitelial Cervical), eliminando as lesões com apenas 20 minutos de iluminação.

A pesquisadora Natália Inada destaca que a técnica é muito vantajosa porque, ao contrário do procedimento comumente realizado, a terapia fotodinâmica trata as lesões de forma não invasiva, preservando o colo do útero das pacientes.

Além disso, basta uma sessão para que uma paciente seja tratada sem anestesia e sem dor. Na técnica convencional, sendo diagnosticado o NIC de alto grau, é realizado um procedimento cirúrgico (CAF ou Cirurgia de Alta Frequência), onde, geralmente, mais de 2 centímetros (cm) de profundidade e 3 cm de extensão do colo do útero são removidos.

Os efeitos colaterais da CAF comumente incluem hemorragia e, por vezes, o estreitamento do colo do útero, o que é chamado de estenose do colo do útero. “Isso pode diminuir a fertilidade”, explica Natália.

O aparelho, que recebeu o nome de CERCa (de “Cervical Cancer“), já foi aprovado por especialistas e está em fase final de certificação para o início de sua fabricação industrial.

 

*Redação Portal Saúde no Ar

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