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Neurotecnologia, avanços reais e muito marketing

Entre 2000 e 2009,ocorreram menos de 400 pedidos de patentes na área de neurotecnologia nos Estados Unidos, segundo a rede que reúne pesquisadores de estudos neurológicos SharpBrains. Contudo, esse número dobrou para 800 em 2010 e, em 2014, subiu para 1,6 mil.

Alguns deles já são conhecidos  através da expressão “aparelhos controlados pelo pensamento”.

Mas não são apenas computadores ou cadeiras de rodas: há também a promessa de dispositivos para analisar o que você realmente pensa sobre um produto, aparelhos que prometem mudar o seu humor em minutos e, claro, videogames controlados por ondas cerebrais.

Estas são apenas algumas das promessas da chamada neurotecnologia – uma área que vem apresentando uma onda de pedidos de patentes de tecnologias ligadas à “leitura da mente”.

Apesar de muitos pedidos estarem relacionados a área médica, como dispositivos para lidar com lesões cerebrais, a maioria deles tem pouco ou nada a ver com assuntos ligados à saúde. E, pior do que isso, há muitas promessas que não funcionam .

“Estamos presenciando um florescer da chamada era da tecnologia invasiva”, disse o executivo-chefe da SharpBrains, Alvaro Fernandez. “A neurotecnologia vai bem além da Medicina, com empresas que não são da área da saúde desenvolvendo tecnologias para facilitar nosso trabalho e nossa vida.”

Nessa área de neurotecnologia, o instituto de pesquisa Nielsen têm a maior número de patentes: 100. Em seguida vem a Microsoft, com 89 patentes para softwares que podem acessar estados mentais.

Um dos setores que mais cresce é o explorado por empresas como a Thync, uma empresa emergente que está desenvolvendo um aparelho que se conecta com sensores cerebrais para alterar o humor da pessoa.

Também vem havendo um crescimento na área de videogames controlados por ondas cerebrais, caso de uma parceria entre uma empresa que faz aparelhos de eletroencefalograma e o IEEE (Institute of Electrical and Eletronics Engineers).

Marketing cerebral – Também há empresas que exploram o que vem sendo chamado de neuromarketing, ou seja, usam eletrodos para monitorar atividades cerebrais para, assim, tentar decifrar o que alguém está pensando sobre determinado produto ou propaganda.

“Por conta da alta disponibilidade e do baixo custo de equipamentos de eletroencefalograma atualmente, essas empresas se escoram em técnicas de análise cerebral que vendem como sofisticadas, que conseguiriam medir dados como o interesse de uma pessoa em determinado tema ou produto, baseado nos sinais registrados no eletro,” diz o pesquisador Matt Wall, do Hospital Hammersmith, na Inglaterra.

Mas para grande parte dos pesquisadores dessa área isso é pura balela. Essas empresas acabam fazendo sucesso ao produzirem impressionantes gráficos com dados científicos e a mostrarem resultados que parecem convincentes o suficiente para que os marqueteiros comecem a vender algum produto.

Fonte: Diário de Saúde

A.V.

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Jorge Roriz

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