Contudo, mesmo não impedindo a compra, colocou condições para autorizar o processo, entre estão que; metade das doses adquiridas vá como doação para o Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. Bem como, que as doses usadas nos funcionários das empresas sigam os grupos prioritários estabelecidos na PNI; além da proibição de comercialização das doses compradas.
Associação Brasileira de Clinicas
Além disso, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) iniciou negociação com farmacêutica Bharat Biotech a compra de 5 milhões de doses de uma do seu imunizante produzido na Índia, a Covaxin, assim podendo ter aplicação em caráter emergencial; contudo, o imunizante ainda não possui aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser distribuída no Brasil.
De acordo com a ABCVAC, a associação representa 200 clínicas, que equivalem a 70% do mercado privado nacional e terão prioridade na aquisição da vacina. Com o anuncio, que gerou repercussão nas redes sociais, o ex-presidente a Anvisa, disse ser “imoral” a vacinação antecipada para quem tem dinheiro.
Em entrevista o sanitarista e ex-presidente da Anvisa Gonzalo Vecina; disse que a possibilidade da venda do imunizante no país é “imoral”. De acordo com ele, “Quem deve fornecer é quem tem a vacina e quem tem que garantir que ela chegue ao povo é o estado brasileiro. Se a iniciativa privada quer ajudar o estado, deve fazer isso como subcontratado do estado,” disse.

Sírio Libanês
Em divulgação na ultima sexta-feira (29), o Comitê de Bioética do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo; disse que é contra a compra de vacinas contra a Covid-19 pela iniciativa privada. De acordo com o comitê, com a possibilidade de compra por grupos privados, o cenário futuro de pandemia pode ser de escassez da vacina. Além disso, o núcleo ressalta os princípios bioéticos: equidade, integralidade, universalidade, justiça e solidariedade.
“A compra e distribuição de doses de vacina pela iniciativa privada, gerando a vacinação de indivíduos fora dos grupos prioritários que mais se beneficiam, fere os princípios fundamentais da equidade, da integralidade, da universalidade e da justiça distributiva, ferindo não só os próprios fundamentos do SUS, mas também a própria lógica que gera o benefício de uma campanha de vacinação”.