Cientistas da Finlândia descobriram uma nova técnica inovadora que permite estudar como o cérebro processa diferentes aspectos da música. Em uma situação realística de apreciar a música predileta, a técnica analisa a percepção do ritmo, tonalidade e do timbre, que os pesquisadores chamam de "cor dos sons".
O estudo é inovador porque ele revelou pela primeira vez como grandes áreas do cérebro, incluindo as redes neurais responsáveis pelas ações motoras, emoções e criatividade, são ativadas quando se ouve música. Ouvir música faz o cérebro inteiro se iluminar e pode até sincronizar cérebros e criar uma rede intercerebral.
Mas será que a música é uma ferramenta útil no ambiente de trabalho, sobretudo se ele for estressante e maçante? De fato é, e os benefícios são muitos: a música ajuda os funcionários a relaxar, facilita a comunicação entre os trabalhadores, fomenta a criatividade e cria um ambiente mais relaxado.
Nos ambientes muito barulhentos, com muita gente falando, telefones tocando, a música certa ainda pode ajudar a melhorar a concentração dos funcionários, ainda que os efeitos da música pareçam ser maiores entre os homens.
PARA TAREFAS COGNITIVAS
O Psicólogo Nick Perham, da Universidade de Cardiff (Reino Unido), explica que a maioria das pessoas, ao menos em condições de escritório, realiza melhor suas funções quando fica em silêncio. Mas a chave, esclarece ele, está na interação entre a tarefa a ser realizada e a natureza do som. Se o que temos que fazer requer o compreender um texto ou interpretar informação semântica, vários estudos mostram que, se o som de fundo tem fragmentos que podemos entender isso é pior do que se escutarmos música sem palavras.
Nesse caso, o que acontece é um conflito entre a informação semântica que estamos tentando interpretar e a informação semântica do som que estamos tentando ignorar. Isso significa que escutar música pode ajudar nosso poder de concentração, mas sempre quando a música for instrumental (sem letra) ou quando ela for de um idioma que não compreendemos. Para Perham, escutar música instrumental é tão bom quanto trabalhar em silêncio.
Daniel Levitin, que recentemente ilustrou suas descobertas mostrando como o cérebro de Sting se comporta ao ouvir música, concorda e reafirma que, quanto mais cativante for a música, pior ela será para a concentração; e se tem letra, afirma Levitin, ela complica muito as tarefas verbais.
No entanto, o "ruído de fundo", a música nem sempre tem um efeito negativo. Se forem mais de três vozes, afirma Perham, os sons se anulam uns aos outros e se tornam acusticamente menos variáveis. É uma espécie de ruído branco, um murmúrio e, nesse caso, nos distrai menos.
MELODIA CONTRA O TÉDIO
Já se a tarefa a ser executada for mais mecânica, como no caso de trabalhadores que realizam tarefas físicas e que não exigem muita habilidade mental, escutar músicas mais agitadas pode trazer benefícios. Perham disse que, estudos feitos em fábricas há anos identificaram que a música pode melhorar o estado de ânimo e a motivação dos operários, que acabam fazendo melhor seu trabalho.
Curiosamente, isso também funciona no caso de cirurgias médicas, embora não o tempo todo, explica Levitin, que dá como exemplo o trabalho de um cirurgião que faz operações no cérebro. O Especialista disse, que nesse caso, a situação é semelhante à de um caminhoneiro que dirige por longas distâncias. Se tudo está bem, a tarefa em si (perfurar o crânio) é de alguma maneira, chata e repetitiva, e você acaba precisando de algo que lhe mantenha psicologicamente estimulado. A música, porém, deve parar uma vez que o médico começa a trabalhar diretamente no cérebro.
ORIGINALIDADE
Outro fator a ser levado em conta é a personalidade de cada um. Perham explicou, que há diferenças individuais e diferenças entre pessoas mais introvertidas e outras mais extrovertidas. Os extrovertidos se sentem mais confortáveis em ambientes mais barulhentos, enquanto os introvertidos preferem o contrário.
Redação Saúde no Ar