Mulheres com deficiência têm mais dificuldade para denunciar violência

Nesta quarta-feira (7) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Feminicídio, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) foi discutido a violência contra a mulher envolvendo pessoas com deficiência.

A vice-coordenadora da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), Sabrina Lage, afirmou que as informações não chegam à comunidade surda.

“A lei [Maria da Penha] existe há 13 anos, mas nós, surdos, tomamos conhecimento dela há pouco tempo. Ainda há poucas palestras, as comunidades precisam despertar. O feminicídio continua crescendo e não existe apoio de fato. A pessoa surda não consegue se comunicar na delegacia. A gente não sabe como fazer as estratégias corretas, e precisamos de apoio do estado para capacitar os profissionais para isso”, relatou.
Ela destacou que não há dados sobre a violência sofrida pelas mulheres com deficiência porque a informação sobre isso não consta dos registros oficiais. A estudante Caroline Pimenta, que é surda e foi vítima de tentativa de feminicídio, detalhou a dificuldade enfrentada para conseguir acionar a justiça e ter acesso aos direitos previstos em lei.

“Nós começamos a perceber que havia um segmento na sociedade civil que tinha um outro obstáculo, além dos obstáculos que são próprios para a mulher noticiar a violência. A mulher tem medo, tem relação de afeto com o seu agressor, muitas vezes não tem apoio da família. Mas as mulheres com deficiência, sobretudo as surdas, elas não conseguem fazer o registro porque não conseguem dialogar, ser entendidas pela rede da polícia e pela rede de apoio”, disse, a presidente da CPI, deputada Martha Rocha.

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