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Mulheres bebem mais no Carnaval

 

“Vamos beber que hoje é só alegria!”. A frase é do cantor Márcio Vitor, um dos destaques do Carnaval de Salvador e que é um dos puxadores do bloco As Muquiranas. Apesar do bloco ser composto somente por homens travestidos, engana-se quem pensa que apenas eles cometem excessos alcoólicos na folia.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, do total de 515 ocorrências até aqui, 57% dos pacientes atendidos por alcoolemia são do sexo feminino. A boa notícia é que, no geral, houve um decréscimo de 12% do número total de ocorrências nesse quesito quando comparado ao mesmo período do ano passado, e uma das razões para isso é que a Prefeitura intensificou a fiscalização sobre bebidas que são proibidas por conterem alucinógenos.

Esses dados reforçam uma pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em 2011, que revelou Salvador como a capital brasileira onde mais se consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, principalmente entre as mulheres. De acordo com o estudo, as soteropolitanas são as que mais bebem em todo o país e os homens ocupam o segundo lugar deste ranking nacional.

Além disso, um dos últimos estudos feitos sobre o assunto no Brasil pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou que em seis anos – entre 2006 e 2012 – o número de mulheres que bebem álcool subiu de 29% para 39%.

“Os casos de embriaguez estão diminuindo, mas as mulheres ainda são as mais acometidas pelo uso em excesso de álcool. As mulheres são mais afeitas à utilização de bebidas mais adocicadas e, logicamente, que a indústria também já descobriu isso e começou a comercializar coquetéis gelados com índice de teor alcoólico muito maior que por exemplo as cervejas de um maneira geral. Isso faz com que as pessoas tenham um processo de intoxicação mais rápida”, analisou o secretário municipal de Saúde, José Antonio Rodrigues Alves.

Segundo Isis Lima, nutricionista, as mulheres são mais susceptíveis aos efeitos do álcool por apresentar menor peso corporal, menor teor de água no organismo e níveis mais baixos de álcool desidrogenase, enzima de importância crucial na metabolização do etanol.

“Por causa destas características, as mulheres têm mais chances de desenvolver doenças relacionadas ao abuso etílico, como complicações no fígado, doenças cardiovasculares, pressão alta, câncer de mama, osteoporose  e o envelhecimento precoce”, explicou.

Além destes problemas, se o consumo for exagerado e recorrente, a mulher pode ter que lidar com a dependência química. “A prevalência de depressão em mulheres que abusam do álcool é de 30% a 40%. Elas costumam abusar da substância para se livrar dos sintomas da doença”, ressaltou Isis.

Como se não bastasse o consumo exagerado do álcool, há quem tome a bebida misturando-a com outras substâncias, a exemplo dos energéticos. Essa “bomba” eleva os batimentos cardíacos, aumentando as chances de problemas maiores, como o infarto.

“Acho importante alertar sobre o uso abusivo do álcool e dos energéticos porque as pessoas que antes nunca tiveram sintomas de doença cardiovascular podem apresentar um problema mais grave”, alertou a nutricionista.

Fonte: Agecom

Redação Saúde no Ar*

(A.P.N.)

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Jorge Roriz

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