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Mudanças na regulação de agrotóxicos são um retrocesso de 40 anos, diz pesquisador

O pesquisador  e escritor,  Adilson Dias Paschoal, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP). autor do livro:  ‘Pragas, praguicidas & a crise ambiental)’ que serviu de base para a proibição do  (Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT), afirma que as mudanças na regulação de agrotóxicos são um retrocesso de 40 anos,

Segundo o professor, o retrocesso é justificado pela necessidade dos grandes produtores utilizarem produtos mais eficientes devido à incidência crescente de pragas. “Não há preocupação com a contaminação do pequeno produtor ou do consumidor”.

Ele se refere ao Projeto de Lei 6299/02, chamado “PL do Veneno”. Além disso, também em julho, o governo alterou a toxicidade de produtos, abrandando o potencial tóxico de muitos pesticidas.

O livro  escrito em 1977, foi publicado depois que Adilson obteve o Ph.D. em ecologia e conservação de recursos naturais pela Universidade de Ohio, nos Estados Unidos. O autor, responsável também pela criação da primeira disciplina de agroecologia e agricultura orgânica do Brasil, lembra da influência que teve no contexto em que foi lançado.

O livro será relançado em  de outubro, pela editora Expressão Popular. A atualização aparece logo no título: Pragas, agrotóxicos & a crise ambiente.

“Muita coisa mudou no Brasil a partir das recomendações que fiz. A importância do trabalho está, principalmente, em dois aspectos: proibição dos produtos clorados, que eram os mais problemáticos, e as legislações, que nós não tínhamos. Havia uma série de decretos, mas não uma lei”. Mas o livro significou – e significa – muito mais. afirmou Adilson.

“Se há mais diversidade há estabilidade. Se há estabilidade não há necessidade de fatores que não sejam biológicos, ou seja, não há necessidade de agrotóxicos”, afirma. Assim, o controle de pragas é feito por inimigos naturais: competidores, parasitas e predadores. O uso de agrotóxicos elimina o controle biológico e ainda provoca a dependência do produto químico.

“O erro é a técnica agronômica. Se ela exige agrotóxicos, é porque eliminou o fator natural do trópico: o biológico. Dessa maneira, não há oportunidade para o inimigo natural agir. Substituiu-se um produto por outro sem que o problema fosse resolvido. Ou seja, matam-se pessoas, matam-se inimigos naturais, matam-se polinizadores e a praga continua no mesmo patamar”.

O termo “agrotóxico” foi criado por Adilson.

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Jorge Roriz

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