Nesta segunda-feira (11) o Ministério da Saúde em nota de alertou os estados e municípios para que aumentem a vigilância e vacinação contra a poliomielite, doença não registrada no país desde 1989. A medida ocorre após a detecção de um caso suspeito de pólio em uma criança de dois anos e dez meses que mora na comunidade indígena Delta Amacuro, na Venezuela, país vizinho ao Brasil.
A criança, que começou a apresentar quadro de paralisia flácida aguda no fim de abril, não havia sido vacinada. Informativo da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) aponta que exames iniciais apontaram poliovírus, mas novos testes são necessários para confirmação, já que há outros fatores e causas a serem analisados. O caso continua em investigação.
No documento enviado aos estados, ao qual a reportagem teve acesso, o ministério afirma que é de “extrema urgência” a intensificação das ações de vigilância e vacinação contra a doença também no Brasil.
Pesam neste cenário, de acordo com a pasta, as “baixas e heterogêneas coberturas vacinais para a poliomielite” em todos os estados e o “não alcance das metas preconizadas para vigilância” de casos de paralisia flácida aguda.
Atualmente, a cobertura vacinal contra a poliomielite é de apenas 77% – a meta, porém, é que 95% do público-alvo seja vacinado.
Em 1994, o Brasil recebeu da Opas o certificado de país livre de poliomielite, em conjunto com outros países do continente americano.
A notificação de um caso suspeito na Venezuela, assim, tem gerado alerta entre autoridades de saúde diante do temor de retorno da doença.
Na nota enviada aos estados, o ministério informa que as ações de vacinação são fundamentais “para evitar a reintrodução do vírus no Brasil”. Neste ano, a campanha nacional de vacinação contra a pólio deve ocorrer entre 6 e 24 de agosto.
O documento diz ainda que a situação “requer atenção” pelas equipes de vigilância e imunização diante do aumento na entrada de imigrantes venezuelanos no Brasil, em especial na região Norte.
Atualmente, o esquema de vacinação contra a pólio é feito em três doses, aplicadas aos dois, quatro e seis meses, por meio de injeção. Também são indicadas doses de “reforço” aos 15 meses e aos quatro anos de idade com a vacina oral (a famosa “gotinha”). Em nota, o ministério reforça que as vacinas “são seguras e eficazes”.
Poliomielite
A poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e sua evolução, freqüentemente, não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido. No Brasil, não há circulação de poliovírus selvagem desde 1990, em virtude do êxito da política de prevenção, vigilância e controle desenvolvida pelos três níveis do Sistema Único de Saúde (SUS).
Transmissão
A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.
Tratamento
Não existe tratamento específico, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, fazendo tratamento de suporte.
Prevenção
A vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. Confira o esquema de proteção no Calendário Nacional de Vacinação.
A poliomelite é uma precoupação permanetes para o Rotary Club Internacional- uma rede global de líderes comunitários, amigos e vizinhos distribuídos em mais de 35 mil clubes pelo mundo, desde 1905. Com quase um 1,5 de associados pelo mundo, o Rotary Club possui diversas ações em saúde, infraestrutura, educação e promoção da paz, possui parcerias estratégicas com a UNICEF, Amazon, ONU, Fundação Bill e Melina Gates, Organização Mundial da Saúde, abraça essa luta contra a pólio. Ainda assim, é importante saber do que se trata a poliomelite, tanto que o Brasil ainda mantém campanhas de vacinação para a doença. PREVENIR é possível, mas REMEDIAR é impossível.
Redação Saúde no Ar
Fonte:Ministério
Foto:Internet