Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,2 milhão de pessoas morrem e cerca de 30 a 50 milhões ficam feridas por ano em decorrência de acidentes de trânsito em todo o mundo. Os custos globais econômicos calculados com acidentes de trânsito são de US$ 1,8 trilhão anuais. Nas Américas, a maior proporção das mortes no trânsito ocorre entre os ocupantes de automóveis (42%), seguidos pelos pedestres (23%) e usuários de veículos de duas ou três rodas (15%). Como grupo, os usuários vulneráveis de vias públicas (pedestres, ciclistas e usuários de veículos de duas ou três rodas) representam 41% de todas as mortes no trânsito.
Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alertam para o crescimento do número de vítimas no trânsito na América do Sul. Na região, essa já é a segunda causa de morte entre os jovens, ficando atrás apenas de homicídios. No Brasil, a faixa etária de 18 a 24 anos representou 17% do total das vítimas fatais em 2013, que chegou a 42.291 pessoas.
No Brasil, de 2008 a 2013, o número de internações devido a acidentes de transporte terrestre aumentou 72,4%. Considerando apenas os acidentes envolvendo motociclistas, o índice chega a 115%. Em 2013, o SUS registrou 170.805 internações por acidentes de trânsito e R$ 231 milhões foram gastos no atendimento às vítimas. Desse total, 88.682 foram decorrentes de motos, o que gerou um custo ao SUS de R$ 114 milhões.
“Estamos vivenciando uma epidemia de mortes no trânsito. Em especial, observamos um cenário preocupante entre os jovens. Com altas taxas de mortalidade nessa faixa etária, estamos comprometendo o futuro e o desenvolvimento de uma geração. Esse é um compromisso deve envolver diferentes setores que lidem com a educação, fiscalização, adequação dos equipamentos e a qualidade no atendimento de saúde”, afirma o ministro da Saúde do Brasil, Arthur Chioro.
A taxa de mortalidade brasileira por acidentes de trânsito é de 22,5 por 100 mil habitantes, o que coloca o Brasil na segunda posição no ranking entre os países do Mercosul, segundo dados do Informe sobre segurança no trânsito na Região das Américas, publicado pela OPAS em 2015. No primeiro lugar está a Venezuela, com taxa de mortalidade de 37,2 e, em seguida, o Uruguai e Paraguai com 21,5 e 21,4 mortes a cada 100 mil habitantes, respectivamente.
Os atuais índices demonstram que o número de vítimas na região por acidentes de trânsito vem crescendo a cada ano. Comparando com os dados de 2009, o Brasil passou de uma taxa de 18,3 óbitos por 100 mil habitantes para os atuais 22,5, saindo da quarta para a segunda posição no ranking. Venezuela também apresentou crescimento expressivo, sua taxa quase dobrou no período, passando de 21,8 mortes por 100 mil habitantes, em 2009, para 37,2 em 2015.
Acordo do Mercosul
O número de acidentes e os custos que representam para os países fizeram com que ministros da Saúde do Mercosul assinassem nesta quinta-feira (11.06), em encontro no Distrito Federal (DF), um acordo para conter e reduzir as mortes por acidentes de trânsito, especialmente entre os jovens.
As ações têm como foco as intervenções a partir dos fatores de risco prioritários de ocorrência dos acidentes de trânsito, quais sejam: associação álcool e direção, velocidade excessiva ou inadequada. Também foi priorizado o trabalho com foco no usuário vulnerável – motociclistas. Além disso, em breve, o Governo brasileiro lançará um Plano Nacional de Enfrentamento das Lesões e Mortes envolvendo Motociclistas.
Em novembro deste ano, o Brasil vai sediar a “2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito – Tempo de Resultados”, que tem como objetivo revisar o progresso feito pelos países na implementação do plano e avaliar o andamento das iniciativas para redução das mortes e lesões ocorridas no trânsito em todo o mundo.
A conferência de abordará o tema da segurança no trânsito de forma multissetorial, sob os aspectos da saúde, transportes, educação, mobilidade, infraestrutura, segurança e legislação. Além disso, promoverá o desenvolvimento de indicadores e metas nacionais e globais, e examinará a criação de mecanismos inovadores de financiamento.
Fonte: Agência Saúde
A.V.