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Mineração de pequena escala brasileira é destaque em congresso do Banco Mundial, no Quênia

 

A pandemia de Covid-19 teve um significativo impacto na vida e nos meios de subsistência de uma parte dos envolvidos com atividades minerárias no mundo.

As lições tiradas desse período e as respostas feitas para apoiar essas comunidades foram discutidas por representantes do setor, de várias regiões do mundo, incluindo o Brasil, durante a Conferência Internacional “Business Unusual: What Future for Artisanal and Small Scale Mining (ASM) post-Covid-19?”, organizado pelo Banco Mundial, nos dias 06 e 07 de dezembro, em Nairóbi, Quênia.

Diretor do Núcleo de Pesquisa para Pequena Mineração Responsável (NAP.Mineração), da Universidade de São Paulo (USP), Giorgio de Tomi, destacou a relevância do debate, o primeiro realizado no mundo, no período pós-pandemia. A entidade, junto com empresa brasileira, com quem vem desenvolvendo projetos, participou da conferência.

“Foi muito interessante escutar a opinião e presenciar a visão de diferentes atores que fazem parte desse ecossistema internacional da mineração artesanal e de pequena escala”, declarou.

Segundo ele, a conferência ampliou o networking de contatos com entidades internacionais, agências de fomento, mineradores, associações e cooperativas do mundo, incluindo pessoas da América Latina, África, Ásia, América do Norte e Europa.

“Alguns desdobramentos positivos para o nosso grupo incluíram novas propostas de colaboração técnica e científica com entidades internacionais e com agências de fomento a pequena mineração, que é exatamente a missão do nosso núcleo de pesquisa”, ressaltou.

O Banco Mundial financiou mais de 30 projetos ao redor do mundo com foco na mineração artesanal de pequena escala (MAPE) e durante o evento, a equipe do NAP.Mineração também apresentou resultados.

“Apresentamos os programas de capacitação e treinamento para cooperativas de garimpeiros com foco em saúde e segurança, meio ambiente e fechamento de mina, equidade de gênero, governança e orientações técnicas para melhores práticas do MAPE de ouro, resultados dos projetos financiados pelo fundo EGPS Emergency Response do Banco Mundial”, apontou o engenheiro de minas, Carlos Henrique Xavier Araújo.

De acordo com o diretor da Fênix DTVM, Andrei Giometti, que participou dos painéis relacionados ao acesso ao financiamento e mercados, a organização da cadeia mineral do Brasil é um exemplo para outras nações, pois possui legislação e regras específicas na atividade, o que auxilia o empreendedorismo no ramo, de forma correta e responsável, auxiliando, inclusive, em períodos de crise, como da Covid-19.

“Um dos pontos que citei foi sobre a necessidade da intervenção de órgãos fortes, como o próprio Banco Mundial, junto aos Estados, apoiando a mineração de pequena escala, pois não adianta ter o setor, sem o respaldo legal e governamental. Então, é preciso, primeiramente, que os países se organizem e legitimem a atividade minerária, trazendo regulação, segurança e credibilidade para o setor, do qual dependem, quase 40 milhões de pessoas ao redor do mundo”, frisou Giometti.

Para Pedro Eugênio, diretor de operações da Fênix DTVM, o evento propiciou conhecer um pouco mais sobre a atividade da mineração de pequena escala praticada no mundo, especialmente, nos grandes núcleos.

“Foi muito gratificante participar do evento e deixar nossas contribuições e depoimentos. Percebemos que estamos no caminho certo, sendo a iniciativa privada tomando frente para a organização da cadeia produtiva, promovendo mudanças de paradigmas sobre os pontos de vista ambientais, sociais e de governança para a pequena mineração. E mais uma vez, a mineração brasileira, especialmente, da baixada cuiabana, é reconhecida e representada em patamares internacionais”, finalizou.

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Jorge Roriz

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