Muitos sintomas físicos e psicológicos estão associados a traumas acumulados durante grande parte da vida. São perdas, frustrações, sentimento de rejeição e abandono que formam “cicatrizes” no corpo e na alma.
A chamada microfisioterapia se propõe a ajudar a eliminar estes sentimentos, que enfraquecem o organismo. O microfisioterapeuta, Alan Dantas Amaral, em entrevista a Patrícia Tosta, no programa Saúde no Ar, conta que, no Brasil, essa técnica alternativa começou a ser divulgada primeiro no sul do país, ganhando adeptos que já estavam cansados de experimentar tanto os tratamentos convencionais, como alternativos, sem obter sucesso.
São esses pacientes, que têm procurado o microfisio, como mais uma tentativa de solucionar suas queixas. “Quando esses pacientes chegam e se deparam com o que é feito, passam a entender como adoeceram. Isso, modifica o paciente internamente e ele mesmo reconhece o que está acontecendo. ”, diz.
O Microfisioterapeuta Alan Dantas explica que através de toques específicos, o corpo é estimulado a reconhecer e eliminar memórias de traumas acumulados. Segundo ele, é desta forma que a Microfisioterapia age, desbloqueando o organismo e devolvendo as capacidades de defesa para reequilibrar as funções do sistema nervoso.
Esta técnica manual, não funciona como uma massagem. É capaz de identificar tecidos que perderam sua função e vitalidade normal após eventos agressores ao organismo, promovendo a normalização e a regulação das regiões corporais afetadas.
“Ela tem como base os princípios da homeopatia, identificando o que está despertando o sintoma no corpo, quais são os fatores que estão favorecendo o corpo a adoecer, a gente consegue modificá-lo internamente, ou seja, ele passa a entender por que aquela doença se instalou e o que ele significa. ”
Dantas afirma que com 2 a 3 sessões intervaladas em até 60 dias já é possível observar os resultados. O entendimento e conhecimento do comportamento humano associado às leis da biologia explicam porque a Microfisioterapia consegue ajudar nosso corpo a eliminar os traumas vivenciados mesmo após anos. Alan Dantas explica também que através de toques específicos, o corpo é estimulado a reconhecer e eliminar memórias de traumas acumuladas. Segundo ele, é desta forma que a Microfisioterapia age, desbloqueando o organismo e devolvendo as capacidades de defesa para reequilibrar as funções do sistema nervoso.
O especialista tranquiliza o paciente que deseja experimentar a técnica: “O tratamento não possui contra indicações e pode beneficiar de bebês até idosos a restabelecerem sua saúde. ”,enfatiza.
Saiba mais:
Como funciona a sessão– As sessões têm duração média de uma hora. O número de sessões varia de acordo com a queixa do paciente. De maneira geral, para uma determinada queixa, podem ser necessárias de três a quatro sessões. A primeira parte do trabalho consiste numa investigação micropalpatória, que possibilita detectar a causa responsável pelo sintoma relatado a partir da cicatriz patológica. A segunda parte consiste em identificar o sintoma causado pela cicatriz. O terapeuta mantém sua mão na causa (cicatriz) e investiga com a outra mão a consequência (o sintoma), percorrendo a linha média do corpo à procura do nível afetado. Uma vez definido o nível, a procura segue na linha transversal deste nível. A perda da energia vital no ponto atingido permite determinar o sintoma e a sua localização no corpo, o qual se manifesta por uma restrição entre o tecido naquele nível e o órgão afetado.
Nesse momento, é possível ao terapeuta estabelecer aproximadamente a data em que o acontecimento instalou-se, solicitando pela micropalpação uma resposta ao órgão afetado. O organismo do doente reage a esta data e a restrição é percebida pelas mãos do terapeuta, assim como na técnica de Cinesiologia Aplicada. Embora a lembrança da data não interfira no tratamento, a fixação de datas traumáticas é uma informação interessante, pois permite ao paciente conhecer a origem daquela desordem. A compreensão da causa da dor presente também serve como prevenção.
Uma vez identificada e localizada a cicatriz, o corpo é estimulado a desencadear o processo de autocura, de maneira quase instantânea. É promovido um diálogo direto com a memória tecidual da pessoa, por via palpatória, sem nenhum outro apoio. O mecanismo de autocorreção é obtido desta maneira, tanto nos adultos, como nos bebês ou crianças.
Como a Microfisioterapia pode me ajudar? A microfisioterapia é fundada sobre um princípio natural e elementar da vida. Ela ajuda o corpo a eliminar os traumas passados ou presentes guardados na memória celular, que impedem o bom funcionamento do organismo, assim como pequenos grãos de areia provocam o mau desempenho de um sistema mecânico. Diariamente, nosso corpo luta contra agressões de toda natureza e de diferentes intensidades, provenientes do exterior (micróbios, toxinas, choques físicos ou emocionais etc.) ou do interior (fraqueza de órgãos, cansaço, problemas existenciais etc.). Geralmente, nosso organismo se autocorrige em silêncio, sem que isso venha a ser percebido. Contudo, quando essas agressões não são identificadas ou reconhecidas ou quando são demasiado fortes, o corpo pode não reagir de maneira eficaz e então a agressão produz uma “cicatriz”, uma memória do acontecimento. Apesar da aparente sensação de cura, o acúmulo destas memórias pode fazer com que a dor apareça, uma doença se desencadeie ou que o corpo se enfraqueça, tornando-se incapaz de lutar. Assim, desenvolvem-se dores e doenças crônicas.
A Microfisioterapia auxilia na eliminação natural destas memórias que enfraquecem o nosso organismo. Quando liberado o obstáculo, o corpo pode então reencontrar as capacidades que perdeu, às vezes mesmo depois de muitos anos.
Quantas sessões são necessárias? Para um determinado sintoma, são necessárias no máximo de três a quatro sessões. Normalmente, uma sessão é suficiente para um bom resultado. A segunda sessão pode ser realizada dependendo de como se desenvolva a primeira e se o terapeuta achar necessário ou se o paciente ainda apresentar queixas. As sessões devem ser espaçadas de três semanas a um mês, para que o corpo possa desenvolver naturalmente seu trabalho de autocura. Eventualmente, se o problema for agudo, podem ser indicadas duas sessões seguidas. É conveniente efetuar uma sessão por ano, a título preventivo. O paciente também pode realizar sessões a cada seis meses para controle ou se apresentar sintomas agudos.
Devo me despir para a sessão de Microfisioterapia? – Não é necessário se despir para realizar o tratamento. A roupa não interfere na efetividade do processo. Porém, são indicadas roupas leves para as sessões.
Como o fisioterapeuta percebe as memórias na pele? – O terapeuta procura localizar pontos no corpo do paciente em que haja perda de energia vital. Qualquer atividade corporal tem seu ritmo dentro do organismo e também na superfície da pele. Estes ritmos são percebidos pelas mãos do terapeuta como micromovimentos. Assim, ele apalpa diferentes zonas do corpo, a fim de verificar se os ritmos estão normais. Essa palpação é feita em movimento de aproximação das mãos. Se os ritmos estiverem ausentes em determinado local, isso significa que existe ali uma “cicatriz”, fonte de uma disfunção. A sensação dos micromovimentos do corpo orienta o terapeuta a seguir o caminho percorrido pela agressão e a ativar o processo de autocura.
Como é realizada a sessão? – Uma sessão de microfisioterapia dura cerca de 45 a 60 minutos. Após ter exposto as razões da consulta, o paciente se deita vestido sobre uma maca. Primeiramente, o terapeuta localiza e identifica as cicatrizes que obstruem o corpo, percebendo os ritmos vitais. Ao detectar uma perturbação, ele efetua palpações sutis para informar o organismo da presença desta cicatriz. Assim o corpo reencontra a memória do choque e se concentra nela para eliminá-la definitivamente. O paciente permanece deitado durante a sessão e recebe do terapeuta as informações dos bloqueios encontrados. Nesse momento, o corpo inicia o processo de reconhecimento e eliminação do evento agressor. Muitas vezes o paciente pode sentir cansaço e sonolência durante a sessão, que são percebidos antes mesmo que ela acabe.
Ocorrem reações após a sessão?- O trabalho de autocura que o corpo desenvolve após a sessão, pode provocar ligeiro cansaço durante um ou dois dias. Por isso, é indicado que o paciente descanse após a sessão, não realize esforço físico desnecessário, não dirija seguidamente por longo período de tempo etc. Para reduzir o cansaço e auxiliar o processo, aconselha-se a ingestão de 1,5 a 2 litros de água por dia, nos dias subsequentes à sessão, a fim de facilitar o trabalho de eliminação das cicatrizes. Muito embora não sejam frequentes, outros sintomas podem ocorrer, como diarreia, vômito, aumento da dor, febre, crise emocional ou sentimento de raiva por um ou dois dias. Tudo isso acontece em razão da liberação das memórias agressoras. O paciente deve então descansar e deixar que o sistema imunológico realize seu trabalho com o mínimo de interferência medicamentosa possível, não se esquecendo de ingerir muita água.
Por que não tratar somente a zona dolorosa? – Porque a memória traumática que provoca a dor não está necessariamente no mesmo local. O corpo é um organismo complexo, que sofre reações em cadeia, as quais podem percorrer longas distâncias. Por isso, o tratamento não é feito unicamente sobre a região afetada, mas sobre todo o organismo, que o terapeuta considera em sua globalidade. Como exemplo, dores lombares podem ter origem nas glândulas paratireóides situadas na base do pescoço, ao enviarem uma mensagem química equivocada, provocando espasmos dos músculos da coluna no nível lombar. Por meio do exame e da técnica micropalpatória, o terapeuta localiza e identifica a memória traumática causadora da dor e estimula o corpo a eliminar essa cicatriz, promovendo não só o alívio, mas também ajudando a prevenir os riscos de recidivas, o deslocamento dessa memória para outro ponto ou o desenvolvimento de uma degeneração.
A melhora do paciente pode resultar de autossugestão? – A partir do momento que as mãos do terapeuta são colocadas sobre o paciente, isolam-se as porções do tecido corporal que guardam as memórias de agressões e se estimula o corpo a que promova sua autocorreção. Considerando que isso acontece com pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos até idosos, é evidente que a melhora do paciente não resulta de autossugestão, mesmo porque bebês não podem ser sugestionados pela micropalpação. Além do mais, pessoas muito descrentes obtêm excelentes resultados com a microfisioterapia.
É uma técnica científica? – Hoje, considera-se ciência o que foi avaliado. A microfisioterapia foi objeto de mais de trinta tipos de avaliações, algumas em meio hospitalar e de acordo com protocolos rigorosos (duplo cego), as quais comprovaram, por exemplo, o efeito benéfico da técnica em 74% dos pacientes submetidos a teste e que sofriam de colopatia crônica. Do mesmo modo, foram realizadas várias investigações em laboratórios sobre os ritmos vitais dos organismos vivos. Na Europa foram desenvolvidos quarenta e dois trabalhos científicos a respeito da microfisioterapia e no Brasil estão sendo realizadas pesquisas em parceria com Universidades. Atualmente, cerca de 5.000 microfisioterapeutas encontram-se em atividade na comunidade europeia, onde governos reconhecem a técnica e pagam por sessões em decorrência dos benefícios proporcionados pela melhoria da qualidade de vida e do bem-estar das pessoas e pela diminuição do consumo de medicamentos.
Qualquer um pode praticar a microfisioterapia? – Não. Todos podem sentir os micromovimentos do corpo, no entanto é necessário um conhecimento profundo da anatomia humana para realizar um bom tratamento. Por isso, o Centro de Formação de Microfisioterapia (França) somente admite fisioterapeutas em seus cursos. Antes de ser microfisioterapeuta, o fisioterapeuta é, sobretudo, um profissional da saúde, com um diploma de Estado. No Brasil, apenas fisioterapeutas podem atuar.
Quais problemas a microfisioterapia pode aliviar? – Muitas doenças e dores se devem a pequenas disfunções que se acumulam durante a nossa existência e terminam por enfraquecer o organismo. Essas disfunções podem ter como causa uma frustração, perdas, sentimentos de abandono, traumas que ocorreram na gestação, intoxicações e até mesmo memórias hereditárias. A microfisioterapia ajuda o corpo a eliminar estas “cicatrizes” e a melhorar seu estado de saúde. Ela auxilia o organismo a promover sua própria reconstituição, eliminando os vestígios emocionais e traumáticos. Muitos problemas de saúde podem ser solucionados com a microfisioterapia.
Ouça a entrevista completa do microfisioterapeuta Alan Dantas Amaral, no áudio abaixo: