De acordo com a Associação Psiquiátrica da Bahia (APB), a maioria dos homens só procura ajuda quando o transtorno está muito avançado e, mesmo assim, grande parte não vai por vontade própria. “Eles geralmente chegam levados pela esposa. Quando paciente é crônico ou oferece risco à outras pessoas, a família acaba levando mesmo contra vontade dele”, esclarece o presidente da APB, Dr. André Brasil.
O preconceito seria umas principais causas. Para André Brasil, muitos associam transtornos psiquiátricos, como depressão, a “fraqueza ou fragilidade” e só admitem o problema em estágios avançados. “Em 16 anos, as mortes associadas à depressão cresceram 705% no Brasil, estamos diante de uma doença desafiadora, que precisa ser levada muito a sério e representa, sem dúvidas, um preocupante caso de saúde pública”.
Para a Associação Psiquiátrica da Bahia, é preciso olhar com muito cuidado para todos os casos e não se deve ignorar o fato dos homens terem mais dificuldade para buscar ajuda. Campanhas de esclarecimento, espaços para debater o tema sem tabus são fundamentais para reverter a situação.
“Temos que acabar com essa barreira, depressão e transtornos psiquiátricos em geral são problemas de saúde como todos os outros: ir ao cardiologista, ao ortopedista, ao endocrinologista ou ao psiquiatra é cuidar da saúde, não há diferença”.
O que se observa nos consultórios é um cenário alarmante: as mulheres representam pouco mais de 70% dos atendimentos. Para o presidente da APB, esse fenômeno precisa ser compreendido pelos médicos e órgãos de saúde para que possa ser combatido. “Precisamos reverter esse cenário, temos visto os índices de suicídio crescerem e não podemos assistir de braços cruzados, é nossa obrigação enquanto médicos, enquanto instituição, alertar para o problema”.
Redação Saúde no Ar*
(A.P.N.)