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Meio milhão de pessoas são mortas por “epidemia” silenciosa nos EUA

Um novo estudo realizado na Universidade de Princeton, nos EUA, aponta que aproximadamente meio milhão de americanos brancos morrem na meia-idade. A situação analisada é classificada pelos pesquisadores como uma “epidemia” silenciosa. De acordo com a pesquisa a taxa de mortalidade teve um aumento significativo ao longos dos 15 anos e é comparada à quantidade de óbitos relacionados à Aids .As conclusões foram publicadas na segunda-feira, (2), na revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences” – PNAS.

Entre 1998 e 2013, há um crescimento relevante de mortes entre pessoas brancas em decorrência de drogas e álcool, suicídio, doença hepática crônica e cirrose – na faixa etária dos 45 aos 54 anos, segundo os cientistas.  Eles enfatizam que essas causas seriam as grandes responsáveis pela alta taxa de mortalidade do país, no entanto, não é percebido o mesmo padrão em outros países desenvolvidos, muito menos entre os afro-americanos ou hispânicos nos Estados Unidos.

Segundo a pesquisa, mesmo que as taxas de mortalidade relacionadas a drogas, álcool e suicídios tenham aumentado para os brancos entre 45 e 54 anos – o que consideram de meia-idade – em todos os níveis de escolaridade, o crescimento maior foi observado entre aqueles com menos ensino. No entanto, os que possuem um diploma do ensino médio ou menos, as mortes causadas por intoxicação em conseqüência de drogas e álcool subiu quatro vezes mais; já os suicídios aumentaram em 81%; e as mortes causadas por doenças do fígado e cirrose aumentaram em 50%.

Este estudo, contou com a participação Angus Deaton – pesquisador que recentemente recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 2015.

Pesquisadores apontam que caso a taxa de mortalidade entre brancos de meia idade se mantivesse a mesma de 1998, o número de vidas salvas até 2013 seria de 96 mil. No entanto, se a taxa permanecesse a cair no mesmo ritmo em que ocorreu entre 1978 e 1998, cerca de 488.500 mortes teriam sido evitadas. O índice de mortalidade para americanos brancos de meia-idade caiu 2% ao ano, em média, no último período, segundo cientistas, situação similar observadas em outros países desenvolvidos como França, Alemanha, Reino Unido e Suécia.

Mas essa realidade modificou a partir de 1998. Estudos mostram que os índices de mortalidade entre os americanos de meia-idade subiu constantemente de 0,5% anualmente. No entanto, essa alteração incluía especificamente os brancos. Já a situação envolvendo os afro-americanos e hispânicos nos EUA, as taxas de mortalidade caíram em 2,6% e 1,8% ao ano, simultaneamente.

Fatores como estresse financeiro também teve um papel fundamental nesta pesquisa, de acordo com a observação dos autores. A renda familiar média de brancos não-hispânicos, por exemplo, começou a cair no final de 1990. Neste mesmo período, os salários continuavam a atingir especialmente aqueles com ensino médio e/ou menos educação – devido a estagnação monetária.

De acordo com os pesquisadores, o alto índice de mortalidade também combina com uma queda nas auto-avaliações positivas sobre saúde, saúde mental e capacidade de lidar com a vida diária, neste mesmo período. No entanto, em 2013, os brancos de meia-idade revelaram ter mais dor crônica e apresentaram piora na qualidade da função hepática em comparação com os da mesma idade em 1999. Eles apontam ainda que incapacidade de trabalho duplicou ao longo deste período – no mesmo fragmento da faixa etária.

*Saúde no Ar Salvador (L.O)

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