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Medo de brochar atrapalha vida sexual dos brasileiros

O bem estar-masculino vive na corda bamba. O motivo é o mais prosaico possível: uma pesquisa realizada pela farmacêutica Bayer em parceria com a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) revelou que 64% dos homens brasileiros com mais de 35 anos  têm medo de brochar.O objetivo do estudo foi o de chamar a atenção para o bem-estar masculino e o  levantamento foi feito como uma ação especial para marcar o Dia do Homem, celebrado nesta quarta-feira (15.07). Foram entrevistadas 3.200 pessoas em oito capitais do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Curitiba).

O resultado foi divulgado um dia antes, em evento realizado em São Paulo. Nele, a psicanalista Regina Navarro Lins afirmou que a preocupação dos participantes do estudo reflete a opressão imposta pela sociedade patriarcal, que espera um comportamento masculino inabalável em todos os aspectos. “Para ser macho, o homem deve exibir força, sucesso, poder, coragem e nunca falhar. Alguns ainda perseguem esse ideal, que está diretamente ligado à potência sexual e vai prejudicar esse indivíduo trazendo sofrimento”, falou.

A pesquisa apontou também,entre outros dados, que o mau desempenho na hora H afeta o relacionamento com a parceira em 33% dos casos relatados, além de causar prejuízos para a autoestima (38%). Para Regina Navarro Lins, o machismo como aliado do patriarcado são os principais responsáveis pelos prejuízos à vida sexual masculina. Segundo a psicanalista, o fato de precisar estar sempre com o pênis ereto e gozar a qualquer custo deixa o homem mais preocupado com sua performance no sexo do que em satisfazer quem está ao seu lado.
“Estamos em um movimento de libertação do homem, a partir do qual ele não vai mais precisar ter o papel de machão como seu principal objetivo. Só aqueles que conseguirem se livrar dessas crenças estarão aptos a ter uma relação de troca de prazer com a parceira”, disse.

Outro objetivo da pesquisa foi chamar a atenção para o bem-estar masculino. Segundo o levantamento, os homens acima dos 35 anos não estão preocupados em ter a saúde em dia. Questionados sobre as consultas a urologistas, 51% dos entrevistados disseram nunca ter procurado pela especialidade. A respeito da andropausa –queda da testosterona masculina, que pode ser tratada com reposição hormonal e uma das causas da impotência sexual—, 57% relataram não saber do que se trata.

Para Carlos Sacomani, doutor em urologia pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e diretor de comunicação da SBU, a realidade é preocupante, uma vez que muitos homens acabam se medicando erroneamente ou tendo diagnósticos tardios por não consultarem um médico regularmente, seja ele qual for.”Setenta e um por cento não conhecem sintomas que podem causar a tão temida impotência sexual e deixam de ir aos consultórios por medo de ter sua virilidade colocada em cheque. Acredito que seja uma questão cultural, mas nunca é tarde para colocar o hábito em prática.”
Fonte: UOL
A.V.

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