O Sindicato dos Médicos da Bahia repudiou nesta quinta-feira (16) a demissão de uma equipe completa de médicos plantonistas de uma das UTI do Hospital Geral do Estado (HGE). Segundo o sindicato, na última semana, os profissionais, todos contratados via pessoa jurídica, foram comunicados verbalmente de que não deveriam comparecer aos seus postos de trabalho a partir do dia seguinte.
As demissões demonstram claramente o fechamento de leitos de UTI que estavam desativados por conta da reforma iniciada em 2014, já que os profissionais liberados são os mesmos que trabalhavam nestes leitos e foram remanejados para os demais que continuam em atividade. Com esta medida, a SESAB sacramenta o fechamento definitivo da unidade, agravando o déficit de leitos de UTI na rede.
Em ofício, o sindicato solicitou ao secretário de Saúde, Fábio Villas Boas, a revisão imediata desta medida, por seu caráter injusto e por afrontar os princípios de ética e dignidade que devem permear as relações de trabalho. A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público do Trabalho (MPT) no intuito de tentar reverter esta ação arbitrária do governo. Foram encaminhados ofícios também para o Conselho Regional de Medicina (Cremeb) e a diretoria geral do hospital.
A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), informou em nota, que por conta das obras de reforma e ampliação do hospital, iniciadas em 2014, foi necessária uma readequação temporária do número de leitos de UTI para ampliação do número de leitos do Centro de Recuperação Pós Anestésico (CRPA).
Ainda segundo a secretaria, a equipe de médicos havia sido contratada, inicialmente, para atuar no HGE 2, nova unidade que seria inaugurada no final de 2015. Por questões técnicas, a obra teve que passar por ajustes no projeto inicial, o que impossibilitou, até o momento, a sua abertura. Com isso, esses médicos foram distribuídos em setores do HGE. Com o encerramento do contrato, os profissionais deixaram de atuar na unidade, sem nenhum prejuízo para o atendimento à população. Ainda de acordo com a Sesab, o HGE 2 contará com 40 leitos de UTI.
Fonte: Sindimed e Sesab
Redação Saúde no Ar*
João Neto