Uma médica foi agredida fisicamente na noite do último sábado (29) enquanto trabalhava na UPA de Cruz das Almas. De acordo com informações do Sindimed, a acompanhante de uma paciente invadiu as dependências da unidade e exigiu que o atendimento fosse feito de imediato, desrespeitando a triagem que tinha classificado o caso como menos grave. A médica foi puxada pelo jaleco, após ouvir uma série de insultos, e o porteiro teve a mão machucada.
Segundo o presidente do Sindicato, Francisco Magalhães, o Sindicato dará o suporte jurídico, e encaminhará a denúncia ao Cremeb, Prefeitura e secretaria de Saúde da cidade, e aos ministérios públicos do Estado e do Trabalho.
Condições precárias põem em risco médicos e pacientes– A falta de segurança na UPA de Cruz das Almas já é uma queixa antiga dos funcionários e médicos que lá trabalham. A médica agredida fisicamente, inclusive, já tinha pedido afastamento da unidade por não querer mais se submeter a agressões verbais partidas de pacientes e acompanhantes que, segundo ela, são diárias.
Além da insegurança, a superlotação e a equipe reduzida de profissionais também são fatores que contribuem para o clima tenso vivido na unidade. No momento da agressão, a procura pelo atendimento, que geralmente vai além do limite, chegando a 200 por dia, estava ainda maior por ser o dia do aniversário da cidade. Porém, segundo a médica, tinham apenas dois médicos clínicos trabalhando, como acontece todos os dias, por se tratar de uma “UPA Tipo 1”.
A UPA de Cruz das Almas atualmente atende além dos 75 mil habitantes da cidade, os moradores das cidades vizinhas e estudantes de fora que cursam faculdade na região, totalizando em quase 100 mil pessoas.