A Guiné Equatorial registrou nesta semana o primeiro surto da doença causada pelo vírus Marburg. As autoridades de saúde da Guiné Equatorial enviaram amostras ao laboratório de referência do Institut Pasteur no Senegal com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) para determinar a causa da doença após um alerta de um funcionário distrital de saúde no dia 7 de fevereiro.
Dessa forma, testes preliminares realizados após a morte de pelo menos nove pessoas na província de Kie Ntem, no Oeste do país, confirmaram a febre hemorrágica viral.
Das oito amostras testadas no Institut Pasteur, uma positivou para o vírus. De acordo com a OMS, até o momento, houve o registro de nove mortes e 16 casos suspeitos com sintomas como febre, fadiga, vômito com sangue e diarreia.
Marburg é uma febre hemorrágica, causada por um vírus altamente infeccioso da mesma família do vírus Ebola. O vírus transmitido às pessoas por morcegos que alimentam-se de frutos e espalha entre humanos através do contato direto com os fluidos corporais, superfícies e materiais contaminados.
De acordo com a OMS, a doença, que começa de maneira abrupta, apresenta febre alta, dor de cabeça intensa e mal-estar. O período de incubação da doença varia de 2 a 21 dias. Os pacientes desenvolvem sinais hemorrágicos graves dentro de sete dias. A taxa de mortalidade de casos variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e da capacidade para o gerenciamento de casos.
Embora não existam vacinas ou tratamentos antivirais aprovados para tratar o vírus, os cuidados de suporte – como reidratação com fluidos orais ou intravenosos – e o tratamento de sintomas específicos reduzem os riscos de morte.
O reconhecimento inicial da doença aconteceu após dois grandes surtos que ocorreram simultaneamente em Marburg e Frankfurt, na Alemanha, e em Belgrado, na Sérvia, em 1967.
O episódio foi associado ao trabalho de laboratório com macacos verdes africanos (Cercopithecus aethiops) importados de Uganda. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, 31 pessoas ficaram doentes, inicialmente profissionais de laboratório, seguidos por vários médicos e familiares. Houve o registro de sete mortes.
Contudo, casos da doença fora da África são raros.