Um gabinete de crise foi criado neste sábado (5) pelo governo de Sergipe para solucionar o problema ambiental no litoral do estado. Desde de 24 de setembro, as praias do litoral nordestino foram tomadas por manchas de óleo.
“A decretação da situação de emergência vai possibilitar a captação de recursos junto ao governo federal para que os serviços possam ser realizados nesse momento de crise”, informou o diretor da Defesa Civil Estadual, Cel. Alexandre José Silva.
Pelo Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o presidente Jair Bolsonaro determinou urgência nos trabalhos para identificar a origem do problema.
Manchas chegaram na Bahia, na última quinta-feira.
Segundo confirmação do Ibama e da Marinha, as manchas de óleo que atingiram várias localidades do litoral no Nordeste chegaram à Bahia na quinta-feira (3), no distrito de Mangue Seco, na cidade de Jandaíra, no Litoral Norte.
Em nota, a Marinha diz que as manchas de óleo estão em área de sua jurisdição e o Comando do 2º Distrito Naval encaminhou ao local uma equipe de Inspeção Naval (IN).
A equipe da Capitania dos Portos da Bahia que já está lá confirmou a presença de resíduos oleosos que têm as mesmas características visuais dos que foram encontrados em todos os outros estados do Nordeste.
O Ibama diz em nota que “está confirmada a chegada do óleo na Bahia”. Diz ainda que equipes do órgão estão em campo para mais averiguações e que até o fim do dia vai atualizar todas as localidades afetadas. O último balanço, divulgado ontem ao fim da manhã, traz 124 localidades afetadas em 59 municípios de oito estados nordestinos – até então, todos menos a Bahia.
Lista de locais atingidos segundo último levantamento do Ibama:
Alagoas: 13 locais
Ceará: 10 locais
Maranhão: 11 locais
Paraíba: 16 locais
Pernambuco: 19 locais
Piauí: 2 locais
Rio Grande do Norte: 43 locais
Sergipe: 10 locais
Investigação e impacto
Uma investigação do Ibama, com apoio do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, aponta que o petróleo que está poluindo todas as praias seja o mesmo, e a origem não é do Brasil.
“Esse tipo de acidente nunca tinha acontecido aqui no Brasil. Normalmente, as manchas de origem desconhecida, que é o caso dessa, são de pequeno impacto e abrangem só um estado. É a primeira vez que a gente está vendo um acidente, sem poluidor conhecido, atingir tantos estados”, explicou a coordenadora geral de Emergências Ambientais do Ibama, Fernanda Pirillo.