Mais de 90% dos brasileiros têm o vírus da herpes

Estimativa divulgada nesta quarta-feira (28.10) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), publicada no jornal científico Plos One e noticiada pela rádio da EBC- Empresa Brasil de Comunicação S/A, afirma que dois terços da população mundial têm herpes e que mais de 3,7 milhões de pessoas com menos de 50 anos possuem o vírus tipo 1 (HSV-1), mais associado ao herpes labial e outras 417 milhões, na faixa dos 17 aos 49 anos, carregam no corpo o vírus tipo 2 (HSV-2), que com frequência  provoca feridas nos órgãos genitais.

O médico Emerson Lima, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, falou à Rádio ONU sobre as estimativas para o Brasil. Segundo ele, a instituição calcula que a maioria dos brasileiros tem o vírus em estado dormente, sem apresentar o sintoma clássico que é o ferimento na boca ou nas partes genitais:

“Como o herpes não é uma doença de notificação compulsória, fica difícil a gente ter dados fidedignos sobre a incidência e prevalência no Brasil. Acreditamos, sim, que há uma incidência bem alta, principalmente de contaminação, mesmo que o indivíduo não venha a desenvolver o herpes durante a sua vida, nós acreditamos que mais de 90% da população brasileira têm o vírus, que fica lá guardado.”

Busca pela vacina

Em janeiro, a OMS calculava que 417 milhões de pessoas entre 15 e 49 anos estavam infectadas com o vírus HSV-2, que causa a herpes genital. Juntas, as estimativas revelavam que mais de meio milhão de pessoas nesta faixa etária têm infecção genital causada pelos tipos 1 ou 2 do vírus.

A diretora do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da OMS, Marleen Temmerman, defendeu que o “acesso à educação e à informação sobre ambos os tipos de herpes e infecções transmitidas sexualmente são fundamentais para proteger a saúde dos jovens antes deles se tornarem sexualmente ativos”.

A boa notícia é que cada vez menos pessoas, principalmente crianças, em países de alta renda estão se infectando com o HSV-1, provavelmente por conta de melhores condições de vida e de higiene. No entanto, ainda existe o risco de contraí-lo genitalmente através do sexo oral após se tornarem sexualmente ativos.

A OMS está atualmente trabalhando no desenvolvimento de uma estratégia global do setor de saúde para doenças sexualmente transmissíveis, DSTs, incluindo o HSV-1 e o HSV-2. O objetivo é que ela seja finalizada para consideração na 69ª Assembleia Mundial da Saúde, em 2016. A idéia é acelerar o desenvolvimento de vacinas contra o HSV e microbicidas tópicos.

Tipos de vírus

O vírus do herpes simples está classificado em dois tipos: HSV-1 e HSV-2. Segundo a OMS, ambos são altamente infecciosos e incuráveis. O primeiro é transmitido principalmente por contato oral e, na maioria dos casos, causa herpes orolabial ou “feridas” ao redor da boca. Já o tipo 2 é quase totalmente transmitido sexualmente através do contato com a pele, causando herpes genital.

*Redação Portal Saúde no AR

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