Segundo uma sondagem realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem do estado de São Paulo (Coren-SP), entre janeiro e fevereiro deste ano, quase 80% dos profissionais de saúde do estado alegaram já ter sofrido algum tipo de agressão no trabalho, 55% mais de uma vez.
Os dados dão conta de que a maioria dos casos tem ocorrido no SUS e envolvem pacientes e seus acompanhantes. A violência verbal é a queixa mais comum, seguida pela psicológica e física. Apenas 35% dos que alegam ter sofrido violência a denunciaram, e destes, mais de 80% não tiveram retorno algum. As vítimas são, em sua maioria, mulheres.
Esse problema tem gerado algumas reações: o Coren-SP e o Cremesp lançaram a campanha “Violência não Resolve”, para conscientizar a sociedade de que a agressão contra os profissionais não soluciona os problemas relacionados a atendimento e ainda prejudica a assistência; foi criado o projeto de lei 7269, de 2017, de iniciativa do deputado federal e médico Sinval Malheiros, que tipifica os crimes de agressão a profissionais de saúde, dentro e fora do trabalho.
No Dia Mundial da Saúde, a advogada Érica de Meneses e Tereza Cristina Deiró, presidente do Sindsaúde explicou ao Saúde no Ar, sobre esse tema que afeta não só profissionais como os próprios pacientes.
Érica comentou que há dificuldade de notificações, pois não há suporte das instituições, o que torna o assunto não julgado e tratado da maneira que merece.
Teresa lembrou que o movimento sindical está atento a esta discussão e chamou em questão o problema de haver pouca fiscalização. “Devemos buscar mais ações preventivas para os trabalhadores, recentemente realizamos um seminário e discutimos medidas para evitar que haja a violência contra o profissional de saúde, mas precisa haver parceria com a sociedade e a gestão das entidades de saúde”.
A advogada, que representa a comissão de saúde no estado, informou que é multifacetado os tipos de agressão nesse campo do trabalho. E sugere que o profissional exija que o seu conselho peça medidas mais eficazes em relação ao assunto.
Ouça aqui o bate-papo completo no Programa saúde no Ar: