Anteriomente, haviam inumeras teorias de como o vírus passou para o homem; bem como a hipótese de ser um coronavírus de morcego que primeiro infectou pangolins e depois humanos; já que a grande proximidade dos vendedores e clientes com esses animais em mercados de animais de Wuhan, local onde iniciou a pandemia.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), após enviar especialistas a Wuhan o relatório da entidade no final de março sugeria a origem a partir de morcegos; contudo os cientistas não encontraram evidências de que o paciente zero tenha frequentado um mercado de animais local.
Novas evidências
Por outro lado, o maior estudo evolutivo de coronavírus confirmou a origem do Sars-CoV-2 a partir de um coronavírus de morcegos, e não de pangolins; além disso traz um alerta referente a importância de investigar vírus nesses animais como uma estratégia global de monitoramento de endemias, e não apenas em situações de emergência sanitária.
Dessa forma, a pesquisa conduzida no Centro de Pesquisa em Bioinformática da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte (UNCC); liderada pelo professor Daniel Janies, do mesmo centro, tem como primeiro autor o brasileiro e bioinformata Denis Jacob Machado, que é também pesquisador de pós-doutorado na UNCC. O artigo científico foi publicado na última semana na revista Cladistics, a mais renomada para análises evolutivas dos seres vivos.
A pesquisa
Assim, a análise feita por Machado e seus colegas, no entanto, incluiu mais de 2.000 genomas únicos de coronavírus de quatro gêneros diferentes da subfamília Orthocoronavirinae; Deltacoronavirus (DeltaCoV) e Gammacoronavirus (GammCoV), típicos de aves; bem como Alphacoronavirus (AlphaCoV) e Betacoronavirus (BetaCoV), que podem infectar os humanos.
Além disso, o estudo revela o papel de hospedeiros intermediários “Nosso argumento é de que nada indica a necessidade de um hospedeiro intermediário [para o Sars-CoV-2]; pois está claro que a infecção de outros mamíferos, como civetas [espécie de mustelídeo] e visons, ocorreu depois da infecção original em humanos, o que ilustra a capacidade dos coronavírus de migrarem entre mamíferos de espécies diferentes”.
Veja também: Lançado em Salvador 1º centro de computação quântica do Brasil