Nesta segunda-feira (19), o Ministério das Relações Exteriores do governo de Benjamin Netanyahu declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) persona non grata em Israel.
De acordo com o comunicado, o chanceler Israel Katz disse “Não esqueceremos nem perdoaremos”. Para o embaixador do país no Brasil, ele afirmou: “em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, diga ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que retire o que disse”.
No último domingo (18), Lula disse que o que acontece na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas um genocídio. Dados do Ministério da Saúde do Hamas, revela que mais de 28 mil pessoas morreram em Gaza desde o início da operação israelense no ano passado.
“Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar a contribuição para a questão humanitária aos palestinos, eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio”, disse o presidente.
Em sua fala, Lula comparou os ataques de Israel ao Holocausto. Na época, o regime nazista comandado por Adolf Hitler foi responsável pela morte de 6 milhões de judeus.
“Sabe o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus. Então como é possível que a gente possa colocar um tema tão pequeno, sabe? Você deixar de ter ajuda humanitária? O Brasil condenou o Hamas, mas o Brasil não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, afirmou.
O que significa o termo?
“Persona non grata” (alguém que não é bem-vindo, em tradução livre), é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. O termo foi descrito no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.