Artigo

Lula para presidente em defesa da civilização e da democracia e contra a barbárie e a ditadura

 

Fernando Alcoforado* 

No segundo turno das eleições presidenciais, o povo brasileiro terá que optar entre Civilização ou Barbárie e Democracia ou Ditadura. Civilização é o estágio mais avançado que uma sociedade humana pode alcançar do ponto de vista político, econômico e socialO contrário de Civilização é a Barbárie que sempre se caracterizou ao longo da história da humanidade por grupos que usam a força e a crueldade para alcançar seus objetivos. Barbárie é a condição daquilo que é selvagem, cruel, desumano e grosseiro, ou seja, quem ou o que é tido como bárbaro que atenta contra o progresso político, econômico e social. O termo barbárie significa uma ruptura com os padrões morais que regulam a vida em sociedade e os controles sociais baseados nos fundamentos da civilização dando lugar à violência desenfreada e o desprezo pela democracia e pelo ser humano. No Brasil, a barbárie aumentou enormemente durante o governo Bolsonaro porque suas políticas econômica, social, ambiental, de ciência e tecnologia, de educação e cultura e de saúde pública têm sido danosas para o povo brasileiro.

A política econômica do governo Bolsonaro é lesiva para o povo brasileiro porque nada faz para reativar a atividade econômica brasileira e, também por contribuir para a desnacionalização da economia brasileira e para sua desindustrialização. A política social do governo Bolsonaro é lesiva para o povo brasileiro porque nada faz para solucionar o problema da subutilização dos 27 milhões de trabalhadores (desempregados + desalentados) e nada faz para combater a fome e a miséria de 32 milhões de habitantes. A política ambiental do governo Bolsonaro é responsável pelo crescimento das queimadas e do desmatamento na Amazônia. A política de ciência e tecnologia do governo Bolsonaro promoveu a destruição do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) construído ao longo dos últimos 60 anos. A política de educação e cultura do governo Bolsonaro se caracterizou por uma guerra santa ultraconservadora de caráter neofascista contra os ideais progressistas e democráticos. A política de saúde pública do governo Bolsonaro fracassou no combate à propagação da Covid 19 e de outras doenças ao tornar inoperante o Ministério da Saúde. Além dessas políticas danosas para o País, a barbárie praticada pelo governo Bolsonaro se caracterizou, também, por desrespeitar os direitos fundamentais previstos na Constituição de 1988 e demonstrar seu desapego à democracia e falta de respeito quando se dirige a amplos setores sociais.

A barbárie praticada pelo governo Bolsonaro se caracteriza pelos danos que tem trazido para o Brasil por sua inação na superação dos problemas econômicos do País que decorrem basicamente do fato de o governo Bolsonaro ser incapaz de gerar crescimento econômico, emprego e renda para a população. A barbárie praticada pelo governo Bolsonaro se caracteriza por sua ação deliberada na eliminação dos benefícios sociais que ocorreu com a reforma da Previdência Social que atentou contra a maioria da população trabalhadora completando o malefício realizado pelo governo Michel Temer que fez com a reforma trabalhista, bem como pela inação na superação dos problemas sociais do País como a questão do desemprego em massa que atinge grande parcela da população e a questão das desigualdades sociais com a excessiva concentração de renda que se registra no País. A barbárie praticada pelo governo Bolsonaro se caracteriza, também, pelo comprometimento da soberania nacional com o alinhamento subalterno do Brasil aos interesses norte-americanos quando fez a entrega da Base de Alcântara aos Estados Unidos e ao capital internacional com a venda da Embraer à Boeing, os leilões de venda da cessão onerosa da Petrobras relativo ao Pré Sal  que beneficia o capital estrangeiro e a privatização dos setores de refino, distribuição e transporte de óleo e gás da Petrobras.

O povo brasileiro precisa evitar que haja continuidade desta barbárie com a reeleição de Bolsonaro que poderá levar ao fim da democracia no Brasil com a implantação de uma ditadura neofascista. A face mais nítida da barbárie futura se caracterizaria, a partir de janeiro de 2023, pela institucionalização das violações às liberdades civis e aos direitos fundamentais com as iniciativas de Bolsonaro apresentando ao Congresso Nacional projetos de lei, medidas provisórias, decretos, etc. que poderão criar um grave ambiente de violência e autoritarismo no País. Com a reeleição de Bolsonaro poderão ocorrer ataques aos professores, às universidades, à ciência e tecnologia, aos meios de comunicação e a jornalistas, ao direito de manifestação e organização da sociedade e a participação social nas discussões, decisões e acompanhamento de políticas públicas com o propósito de restringir a democracia e concretizar um golpe de estado para consolidar um estado ditatorial no Brasil. Os ataques às instituições jurídicas e a reedição de atos autoritários similares ao da ditadura militar poderão ser realizados por Bolsonaro e seu governo se ele for reeleito.

Os verdadeiros patriotas e democratas brasileiros devem comparecer às urnas em 30 de outubro para evitar que a barbárie e a ditadura se instalem em nosso país com a reeleição de Bolsonaro.  Não há justificativa para não votar em Lula sob a alegação de que ele foi responsável pela roubalheira da Petrobras haja vista que ficou comprovado que o ex-juiz Sérgio Moro agiu ilegalmente em sua ação punitiva na Operação Lava Jato em conluio com integrantes do Ministério Público do Paraná praticando fraudes processuais contra o ex-presidente Lula para afastá-lo da disputa presidencial de 2018. A troca de mensagens por um aplicativo entre o então juiz Sérgio Moro e o então procurador da República Deltan Dallagnol, reveladas pelo site The Intercept Brasil, ferem os princípios de independência e neutralidade básicos em Judiciários no Brasil e em várias partes do mundo.  Se o juiz é um verdadeiro magistrado que preside o julgamento seria inadmissível que ele estivesse discutindo estratégias de acusação, abertamente ou não com integrantes do Ministério Público como fez o ex-juiz Sérgio Moro que, por colaborar com a prisão do ex-presidente Lula foi agraciado com o cargo de Ministro de Justiça do governo Bolsonaro. Sérgio Moro não seguiu os ensinamentos do grande jurista brasileiro, Ruy Barbosa, porque não adotou um dos seus grandes mandamentos embasado na frase lapidar: “Com a lei, pela lei e dentro da lei; porque fora da lei não há salvação”. Sérgio Moro agiu fora da lei. Portanto, não há justificativa para não eleger Lula Presidente da República sob a alegação de que ele é ladrão como afirmam os bolsonaristas.

Pelo exposto, se torna um imperativo derrotar Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais porque a barbárie e a ditadura por ele defendidas são as grandes ameaças ao futuro do Brasil. Quem desejar que prevaleçam a civilização e a democracia no Brasil é preciso votar em Lula para Presidente da República que já demonstrou no exercício da Presidência da República estar comprometido com os valores da civilização e da democracia. Além de votar em Lula para Presidente da República, eu recomendo a meus amigos de São Paulo, da Bahia e de Pernambuco a votarem, respectivamente, em Fernando Haddad, Jerônimo Rodrigues e Marilia Arraes para o governo do Estado para que, sendo eleitos, apoiarem e darem sustentação ao futuro Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

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* Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017),  Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022) e de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022).

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