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Longas filas para adquirir maconha nas farmácias do Uruguai

Desde o início do dia centenas de pessoas de várias idades fizeram longas filas para adquirir maconha para uso recreativo nas farmácias do Uruguai, que deu início à venda do produto nesta quarta-feira (19). A informação é da agência EFE.

Nem mesmo o clima invernal deteve os consumidores, que aguardavam por este dia desde que o governo uruguaio aprovou a lei que legalizou a produção e venda da maconha com fins recreativos. Em uma das farmácias situadas no centro de Montevidéu, a fila tinha ocupava metade do quarteirão, com espera de aproximadamente uma hora para o atendimento.

Apesar da demora e do frio, a cada vez que uma pessoa saía do local com o seu pacote de cinco gramas de Cannabis, máximo permitido, as outras se alegravam e as cumprimentavam. A alegria não estava somente entre os quem faziam a fila, já que muitos dos carros que passavam pelo local buzinavam para os compradores da maconha.

Daniela Cambón, uma das jovens que comprou a erva, disse à que a medida era muito boa, já que iria regularizar a venda e “sair do proibicionismo”, permitindo combater o mercado negro. Segundo ela, apesar da longa espera, não houve dificuldades para realizar a compra e todos saíram da farmácia “muito felizes”.

Diante da jovem, um homem de aproximadamente 70 anos esperava para adquirir a maconha e narrava com bom humor algumas situações de sua juventude. Na opinião dele, era impensável que algum dia o Uruguai seria o primeiro país do mundo a legalizar a venda de maconha com fins recreativos.

Identidade– O processo de venda começa com a identificação do consumidor por um sistema de biometria, de modo a conferir se o usuário está habilitado para comprar. Isso trouxe alguns problemas, já que em certos momentos o sistema caiu ou não reconheceu o usuário, que teve de voltar para casa sem o produto. Algumas pessoas, inclusive, tiveram que voltar aos Correios, onde é feito o registro dos interessados, para se inscreverem novamente como consumidores.

Nos dias anteriores, muitos especularam que a baixa porcentagem de THC (principal componente psicoativo da maconha) na maconha disponibilizada ao público faria com que a substância não tivesse o efeito esperado. No entanto, os que abriram o envelope descreveram o produto como “muito bom” e de “muito boa qualidade”.

Uma das maiores dificuldades no começo da venda foi a pouca quantidade de farmácias habilitadas para comercializar a substância na capital uruguaia: apenas quatro, muito pouco perante os mais de três mil compradores inscritos que vivem em Montevidéu.

Muitos dos usuários presentes na fila opinaram que a medida põe o Uruguai diante dos olhos do mundo, como o início de algo que poderá ajudar a impulsionar uma mudança cultural e combater o problema do tráfico de drogas, servindo como exemplo para os outros países.

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