Boletim Salariômetro da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), revela que em 2021, os trabalhadores formais completaram três anos sem ganho real no salário mínimo; que é quando o aumento supera a inflação do período anterior.
De acordo com a fundação, o motivo acontece através da combinação de desemprego elevado, atividade econômica morna e disparada da inflação, o que tornou piores as condições para as negociações de reajuste salarial.
Mesmo com o piso salarial de 2021 tendo chegado a R$ 1.332; com variação de 4,5% ante o ano anterior. Benefícios fixos, como vale-refeição e vale-alimentação, não tiveram alteração no período o que; tendo o primeiro ficado em R$ 22, enquanto o segundo passou de R$ 275 para R$ 280, variação de 1,8%.
Além disso, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) a inflação dos alimentos ficou em 7,71%. O INPC tem calculo através do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); e considera o efeito da variação de preços sobre as famílias com renda de até cinco salários mínimos. O índice é o mais usado nas negociações salariais.
De acordo com o coordenador do Salariômetro, professor Hélio Zylberstajn, da Faculdade de Economia; Administração e Contabilidade da USP, o resultado de 2021 poderia ter sido ainda pior diante das condições da economia e do mercado de trabalho. “Nos outros anos, a inflação era mais baixa, mas em 2021 foi brutal. Levando isso em conta, não foi tão ruim quanto poderia ter sido”, diz.
Segundo ele, “Com o INPC acumulado em dois dígitos, não há espaço para ganho real. Mesmo assim, esse será mais um ano complicado, de eleições e juros em elevação. A situação não é boa para os trabalhadores.”
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