Leitos de UTI são insuficientes

De acordo com análise feita pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a Bahia dispõe de apenas 1.690 leitos de Unidade de Terapia intensiva (UTI) para atender 15,2 milhões de habitantes, segundo informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

Esse número significa 1,11 leito por cada 10 mil habitantes, colocando a Bahia na sexta posição de piores estados colocados. A média nacional é de 1,86 e, no Nordeste, 1,30 por cada 10 mil habitantes.

Quem precisa de um leito de UTI nos municípios da Bahia sofrem ainda mais, já que 60% (ou 1.016) das unidades disponíveis no estado estão concentradas em Salvador. “Isso não seria problema se a Central Estadual de Regulação funcionasse providenciando transferências do interior para a capital”, afirma o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), Júlio Braga.

Segundo ele, diante desta carência, o ideal seria que os leitos disponibilizados diariamente fossem ofertados para os pacientes melhor selecionados. “Entretanto, os médicos que fazem esse trabalho, tem de analisar uma média de 30 a 40 pedidos de UTI adulto para apenas 5 a 7 vagas ofertadas por dia”, ressalta.

Outro problema ressaltado por Dr. Júlio são as ações judiciais, em que o juiz determina a prioridade para um paciente em detrimento de todos os outros. “Nestes casos, levam vantagem que tem conhecimento, apadrinhamentos políticos e acesso a advogados”, complementa o conselheiro.

Ainda de acordo com o levantamento, o SUS conta com 58,3% (ou 985) dos leitos de UTI na Bahia para atender quase 90% da população que não tem plano de saúde. Para se ter uma noção da distorção esse número equivale a 0,65 leito de UTI para cada grupo de 10 mil habitantes.

Fonte: Conselho Federal de Medicina

Redação Saúde no Ar*

Ana Paula Nobre

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