Segundo os dados da CNES- Cadastro Nacional de estabelecimento de saúde, apenas 44% dos leitos de UTI estão no SUS. Houve aumento de 3,6% ao ano, em média, nas taxas de internação por trauma em UTI no Brasil, segundo artigo de Maicon Henrique https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2019053001178.
De acordo com a Associação de Medicina Intensivista Brasileira (AMIB), o total de leitos de UTIs existentes no País cumpre a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 1 a 3 leitos para cada 10 mil habitantes – o índice brasileiro é próximo de 2.
Dados da CNES, informa que alguns Estados do Norte e Nordeste, nem sequer o índice mínimo da OMS é cumprido. Isso ocorre em seis unidades da federação: Acre, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão e Piauí. Em todos eles, o índice de leitos de UTI é menor do que 1 por 10 mil habitantes.
A situação fica desequilibrada porque metade dos leitos fica para um quarto da população (usuários de planos de saúde) e a outra metade, para os outros três quartos (do SUS)”, diz Ederlon Rezende, membro do conselho consultivo da AMIB e coordenador do projeto UTIs brasileiras.
Existe uma distribuição desigual entre a rede pública e privada, com maior ou menor gravidade, dependendo do Estado. Essa situação pode ser agravada com os desfechos da pandemia da coronavírus , especialmente com os mais vulneráveis, idosos, imunodeprimidos e pobres.
Ainda para Maicon “No Brasil, os parâmetros de planejamento dos serviços hospitalares seguem evidências científicas, protocolos, análises de estrutura e rendimentos, exemplos consolidados e modelos de simulação porém não consideram a dinâmica de acesso aos leitos e as especificidades de gestão em cada UTI .Para o dimensionamento adequado de leitos, leva-se em conta o número de internações esperadas, que se reflete em uma proporção ideal de leitos, dividida por faixas etárias, tipo de leito e UTI .Já para garantir a estabilidade no sistema de regulação de leitos, o tempo de espera e a gestão do fluxo de pacientes devem ser considerados prioridades não só para o acesso ao leito intensivo, mas também para gerenciar sua ocupação com qualidade.”
MS diz que vai disponibilizar 2.000 leitos de UTI para pacientes com coronavírus
Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o Brasil vai direcionar 2 mil leitos de UTI para o tratamento de pacientes com Covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, disse em entrevista coletiva ao G1, que o nível de preocupação com leitos aumentou após registros dos casos na Itália.
“Quando pensamos em mil leitos, foi uma estimativa, sem nenhum dado concreto”, disse o secretário-executivo. “Hoje, depois da Itália, nosso nível de preocupação aumentou. Por isso estamos colocando dois mil leitos.”
Ainda segundo Gabbardo, o SUS deve mudar os critérios para o uso de leitos nas Unidades de Tratamentos Intensivos (UTI) e explicou que pacientes terminais, por exemplo, não serão levados a este setor. “Estamos pensando em sugestões e alterações do uso dos leitos”, disse. “Não vamos colocar pacientes de forma desnecessária em um hospital. Tem critérios na utilização para situação de emergência.”
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