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Julho Verde: mais de 21 dias com sintomas persistentes acendem alerta para câncer de cabeça e pescoço

De acordo com o INCA, o fumante tem cinco vezes mais chance de desenvolver a doença, que atinge 43 mil brasileiros a cada ano. Se além de fumar, ele consumir álcool, esse risco sobe para dez vezes.
O HPV também é um fator de risco importante para esse tipo de tumor

Dificuldade para engolir, alteração na voz ou rouquidão, perda de peso, dor de garganta, ferida que não cicatriza, aumento dos gânglios linfáticos ou nódulos no pescoço e mau hálito. Todos esses sintomas quando duram mais de 21 dias podem ser um sinal de alerta para o câncer de cabeça e pescoço. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a cada ano 43 mil novos casos desse tipo de tumor surgem no Brasil e 10 mil pessoas morrem em decorrência da doença.

“Nem sempre esses sintomas representam o diagnóstico de um câncer, mas eles precisam ser investigados o quanto antes”, adverte o oncologista Eduardo Moraes, do NOB – Oncoclínicas. “O diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam consideravelmente as chances de cura”, esclarece o médico. No dia 27 de julho, comemora-se o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, data que visa conscientizar a população para a importância dos hábitos saudáveis na prevenção desse tipo de tumor, que pode acometer lábios, cavidade oral, faringe, laringe, cavidade nasal e tireoide.
Segundo Eduardo Moraes, as infecções por HPV, o tabagismo e o consumo de álcool estão entre os principais fatores de risco para o surgimento da doença. A má higiene bucal também pode estar associada a esse tipo de câncer. “É preciso chamar a atenção para a infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano), transmitido via sexo oral sem proteção, que tem sido um dos principais responsáveis pelo câncer das amígdalas”, alerta o especialista. Além do HPV, fatores genéticos, tabagismo, álcool, hábitos alimentares, traumas crônicos causados por próteses dentárias mal adaptadas e a exposição excessiva ao sol sem proteção labial podem desencadear tumores de cabeça e pescoço.
O câncer de cabeça e pescoço atinge, principalmente, a boca (céu da boca, língua e gengiva), a faringe (garganta), a laringe (cordas vocais), os seios da face, a cavidade nasal ou a glândula tireoide. Nas mulheres, o câncer mais frequente nas regiões da cabeça e pescoço é o de tireoide e, nos homens, o câncer de boca, laringe e faringe.
De acordo com o Grupo Oncoclínicas, a escolha do tratamento mais adequado é baseada em fatores como a localização do tumor e seu estadiamento, tipos de células presentes, estado de saúde geral do paciente e preferências pessoais.
O médico Eduardo Moraes, lembra que atualmente a oncologia conta com um arsenal importante de tratamentos para enfrentar o câncer adequadamente. “Nos casos de câncer de garganta, por exemplo, além da retirada cirúrgica, da radioterapia e da quimioterapia, há casos onde a terapia-alvo, que usa drogas para atacar especificamente as células cancerígenas, preservando as células saudáveis, pode ser indicada. Outro avanço é imunoterapia, uma terapia avançada que estimula, através de uma combinação de medicamentos biológicos, o próprio sistema imunológico do paciente para que ele combate a doença’.

Prevenção

“Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, não fumar, usar preservativo nas relações sexuais, ter uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes e cuidar da higiene bucal são hábitos importantes para reduzir os riscos de desenvolvimento da doença”, recomenda o oncologista. O médico também lembra da importância da vacina do HPV, recomendada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.
“Ao notar qualquer sintoma ou algo fora do normal, é fundamental que a pessoa vá ao médico o quanto antes. Quando se trata de um tumor, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam consideravelmente as chances de cura”, adverte o oncologista Eduardo Moraes. Mais de 90% dos tumores pequenos e localizados são curáveis.

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