Jovem pesquisadora: aos 10 anos, brasileira é a mais jovem em publicar artigo em revista científica

O artigo de três páginas “Uma Conversa Além do Cofrinho” foi publicado na revista Ciência Hoje das Crianças, voltada ao público infantil e coordenada por universidades do Rio de Janeiro. Os artigos são revisados por um conselho científico, formado por pesquisadores em diferentes áreas.

“A ciência é muito importante para todas as pessoas e ajuda em muitas coisas importantíssimas. Por exemplo, se não fossem os cientistas a gente não saberia sobre a Covid-19”, explica a estudante.

Para debutar na ciência, Mariana teve a orientação de Yuri Meyer, professor de física e pesquisador de pós-doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Meu trabalho como orientador é justamente ensinar os passos da metodologia científica para ela. E foi isso que ela seguiu para que nós tivéssemos um resultado científico a respeito da temática dela”, explica o orientador.

Yuri iniciou, junto com a família da estudante, um levantamento para descobrir se Mariana é a pessoa mais jovem a publicar um artigo científico. Até agora, eles não identificaram nenhum cientista mais novo que Mariana, fato que animou o orientador, que pretende remeter o feito ao Guinness Book (livro dos recordes).

“Todo o levantamento fomos nós que fizemos. Até agora não encontramos ninguém mais jovem a participar de um artigo”, acrescentou.

O trabalho da jovem cientista envolveu uma moeda verdadeira de 640 réis da época do Brasil colônia, que tem preços entre R$ 800 a R$ 5.000 por unidade no mercado de colecionadores. Porém, a falsificada é muito parecida.

Para diferenciar uma da outra, Mariana usou a estrutura do próprio laboratório que tem em casa. A primeira etapa foi a análise no microscópio, para ver as características da corrosão. Depois, as moedas foram levadas para a água, para verificar a densidade.

“As duas moedas têm densidades muito próximas, por isso que ambas afundaram [nos recipientes com água]. Mas quando você olha na balança de precisão, você percebe que a verdadeira tem mais metal, então é mais densa”, detalha a pequena pesquisadora.

Equações físicas também foram necessárias para chegar ao resultado. “Eu usei o método de Arquimedes e fiz também anotações sobre as diferenças de cada uma”, acrescenta.

Ela aprendeu matérias que só iria ver mais tarde na escola. Um esforço pela ciência recompensado com o artigo. “Eu gosto dessas revistas de circulação nacional porque espalham a ciência para as crianças, adolescentes, adultos e idosos”, conta.

A conquista também gerou orgulho na família. “Ficou todo mundo muito feliz porque é uma coisa que a gente valoriza muito. É uma revista que eu conheço há muitos anos, meus sobrinhos liam essa revista e para a Mariana eu assino desde que ela começou a ler”, conta a mãe de Mariana, Raquel Bueno de Paula Tamani.

Além disso, a ciência está no DNA da família. “Meu pai é agrônomo, se formou em 65, fez mestrado em Michigan. Minha mãe se formou em 65 e era a única mulher da turma dela em agronomia, se formou em primeiro lugar, fez mestrado e doutorado e seguiu a área de pesquisa de solo. Acho que está no DNA, mas também teve muito estímulo e vivência. A gente gosta muito de ler”, acrescenta Raquel.

E a música deve ser o tema para um dos próximos artigos de Mariana, que quer seguir carreira como astrofísica ou química.

Fonte: G1

 

 

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