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Jornada do motorista profissional prejudica qualidade de vida

Uma pesquisa feita com motoristas profissionais revelou um dado preocupante: mais da metade deles não cuida da saúde corretamente e muitos estão acima do peso. Passar horas ao volante é a rotina de muitos durante o dia o que acaba resultando em falta de tempo até mesmo para uma alimentação adequada. Por isso mesmo, eles ficam mais vulneráveis a problemas de saúde.

Porém, é imprescindível que o motorista esteja em boas condições de saúde para dirigir um veículo. O problema é que muitos desses trabalhadores não têm horários fixos e acabam negligenciando a ida ao médico e a adoção de hábitos saudáveis.

Neste dia 25 de julho, Dia do Motorista Profissional, Patrícia Tosta, do Saúde no Ar, convidou o presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Antônio Edson Meira, para falar sobre esses profissionais.

Edson, que também é médico do tráfego, acredita que o motorista profissional é fundamental para integração do país e para a distribuição de suas riquezas e os parabenizam pela data. “Eles estão sujeitos a uma sobrecarga física e emocional gerada pela responsabilidade de conduzir, de forma segura, grandes veículos pelas estradas do país. ”.

De acordo com, Antônio Meira, a Abramet, há 37 anos, atua na prevenção da vida no trânsito. “Tenho orgulho de dizer que participamos de três momentos importantes para a redução do número de mortes no trânsito. O primeiro, foi com o Código de Trânsito Brasileiro, no qual a Abramet participou ativamente de sua formulação, o segundo diz respeito à Lei seca, que defendeu o limite zero de álcool. A outra foi a Resolução 277 do Controle Nacional do Transito (Contran), sobre o uso das cadeirinhas. Graças a uma diretriz médica da Abramet, foi comprovada a importância desse dispositivo. ”, informa.

Estradas mau sinalizadas, cheias de curvas e buracos são reclamações constantes dos motoristas que trafegam diariamente pelas estradas brasileiras. Mas, mesmo assim, Moreira garante que “Cerca de 90% dos acidentes no trânsito são de responsabilidade humana, ou seja, do condutor. O desrespeito às leis de trânsito, a falta de atenção, são vários os fatores, porém, o campeão dos acidentes é a combinação do álcool com a direção. ”.

A sonolência ao volante, também tem sua parcela neste cenário. Ela já é a segunda maior causa de acidentes nas rodovias brasileiras, uma combinação que pode ser tão perigosa quanto beber e dirigir. Dados da Associação Brasileira do Sono (ABS) apontam que ele é o responsável por 30% das mortes e 20% dos acidentes em todo o país.

Segundo uma pesquisa feita pela ABN este ano, cerca de 60% dos 495 entrevistados dormem entre quatro a seis horas, menos do que gostariam, sendo que mais de 80% das pessoas gostariam de dormir mais de sete horas. As pessoas que reconhecem estarem privadas de sono são 75% dos entrevistados. Em média, os participantes do estudo deram nota 6 para a qualidade do sono, 7 para o grau de alerta e 6 para a sensação de descanso, numa escala zero a dez.

A pesquisa mostra, ainda, que 65% sentiram sono dirigindo na cidade. Na estrada, o percentual é maior: 68%. Aqueles que já se envolveram em acidentes porque sentiram sono foram 16% e só 10% não exibiram algum comportamento sugestivo de sonolência, como bocejar, cantarolar, mascar chiclete ou ligar o rádio.

Os dados também indicaram que quase metade das pessoas já parou o veículo na estrada por causa de sono e que cerca de 75% já tentaram reduzir o sono parando para tomar café. Outras 10% costumam dirigir com sono e 23% conduzem veículos com sono pelo menos duas a três vezes por semana. Mais da metade dos participantes conhecem pelo menos uma pessoa que quase de acidentou por causa de sono e 39% conhecem pelo menos uma que efetivamente sofreu um acidente de trânsito por causa de sono.

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Ouça o comentário compleo do presidente da Abramet, Antônio Meira, no áudio abaixo:

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