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Isolamento não deve ser flexibilizado ou um bilhão de pessoas serão contaminadas em três meses

No início da semana, um boletim mencionava a possibilidade de flexibilizar, a partir do dia 13 de abril, o atual isolamento para um modelo mais brando.  o “Boletim Epidemiológico, divulgado na segunda-feira (7), reforça a necessidade de isolamento social para o preparo da rede de saúde pública. e, na quinta- feira, (09/04) um novo  boletim destacou que , as medidas de sair do isolamento de forma precoce,  retardam o pico da epidemia”. E concluiu: Assim, qualquer medida de relaxamento não será possível sem o preparo da rede de atenção à população”.

Há uma relação direta entre o isolamento social e a estrutura de saúde. Além da falta de leitos e de equipamentos, se muitas pessoas ficarem doentes ao mesmo tempo, há risco de faltar até profissionais capacitados.

Pelo segundo boletim consecutivo, o Ministério da Saúde ressalta que “há carência de profissionais de saúde capacitados para manejo de equipamentos de ventilação mecânica, fisioterapia respiratória e cuidados avançados de enfermagem direcionados para o manejo clínico de pacientes graves de Covid-19”. Finalmente, a avaliação é que os leitos de UTI e de internação não estão devidamente estruturados e nem em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia.

O Brasil não fez testes em massa e tem estruturas de vigilância muito diferentes em cada estado. Dois fatores que para Jonas Brant, especialista em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UNB), podem mascarar o verdadeiro número de casos no país. Ele destaca que o isolamento agora pode evitar medidas mais drásticas.

“Não é hora de relaxar o distanciamento social. Na verdade, o que a gente talvez consiga, fazendo essas medidas de distanciamento social, hoje, é evitar um fechamento total, ou seja, uma completa proibição de circulação nas ruas num cenário em que a coisa se torne mais grave. Hoje, os dados sugerem que entre 40%, às vezes 50% da população ainda está saindo das suas residências. Nós precisamos que as pessoas fiquem em casa para que a gente realmente consiga que essa curva não aumente. Ela aumenta muito rápido e um aumento pode comprometer toda a infraestrutura do nosso sistema de saúde”, defendeu.

Segundo o estudo, feito em parceria pelo Weizmann Instituto de Ciência de Israel; Universidade da Califórnia; Instituto de Tecnologia da Califórnia e pelo Centro de Pesquisas em Ciências Médicas Zuckerberg Biohub, nos Estados Unidos., a  velocidade de transmissão da COVID-19 é considerada muito rápida, podendo passar de uma para milhões de pessoas em um ritmo “desconcertante”, relatam os autores, os pesquisadores Yinon M. Bar-on, Avi Flamholz, Rob Phillips e Ron Milo.

Uma pessoa infectada contamina outras 2 a 4 pessoas, dando início à propagação do vírus. Segundo relatado, o número de casos dobra a cada três dias. Portanto, é esperado um crescimento de 1.000 vezes em um mês. Ou seja, milhões de vezes em dois meses; e um bilhão em três meses.

Os vírus são frequentemente transmitidos através de gotículas produzidas pela tosse e espirros. Aforma de contágio que mais acontece é por meio dessas grandes gotículas, revela o estudo. Elas ficam em superfícies e, sem perceber, outra pessoa toca o mesmo local em seguida, levando a mão para as mucosas, como olhos, nariz e boca.

Por isso, a pesquisa reforça a importância do isolamento neste período. Além de evitar tocar o rosto é importante sempre lavar as mãos com água e sabão. A espuma do sabão, acrescenta, quebra a película protetora do vírus e o destrói.

Pacientes que não relataram condições médicas pré-existentes (“comórbidas”) apresentaram uma taxa de mortalidade de 0,9%. As doenças pré-existentes que colocam os pacientes em maior risco de morrer de uma infecção por COVID-19 são:

Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/

 

Probabilidade de morrer se infectado pelo vírus (%). Essa probabilidade varia de acordo com a faixa etária.

Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/

 

 

Jorge Roriz

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