As pesquisas desenvolvidas pelo Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) orientam importantes decisões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde na adoção de políticas e programas no Brasil e no mundo. Os cursos de doutorado, mestrado acadêmico, mestrado profissional e de graduação também acumulam notas máximas de avaliação. Para celebrar esses 25 anos de conquistas, o ISC realizará uma programação especial de aniversário na próxima sexta-feira (4), a partir das 9 horas, no Salão Nobre da Reitoria da UFBA.
Confira a programação:
9 horas – Entrega do Título de Professor Emérito ao acadêmico Maurício Barreto
10 horas – Palestra com o tema “Saúde, Democracia e Civilização”, com a participação do reitor da UFBA, João Carlos Salles, do professor Jairnilson Paim e da presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nisia Trindade.
11 horas – Lançamento da Websérie “Eu e o ISC”
1 – Sobre o Instituto de Saúde Coletiva
1.1 – Alguns estudos e projetos
Segunda dose da BCG – Resultados de pesquisas do ISC orientaram a interrupção da aplicação da segunda dose da vacina BCG nas crianças do Brasil, o que gerou economia de grandes recursos pelo Ministério da Saúde.
Índice de Infestação – Com base em estudo do ISC, o Ministério da Saúde remodelou o programa de controle de dengue no país e estabeleceu, como meta satisfatória para os municípios, o índice de infestação do mosquito transmissor da doença abaixo de 1%.
Casos de microcefalia – O cuidado com o desenvolvimento infantil pleno na primeira infância é investigado no ISC com foco na inclusão social de uma geração de crianças acometidas pela epidemia do zika vírus. O Projeto Desenvolvimento Infantil na Comunidade (DiCa) foi criado em 2015, após o surto da doença, para acompanhar de perto as famílias de crianças nascidas com microcefalia em Salvador.
Dengue x Zika – As pessoas que adquiriram imunidade após infecção pelo vírus da dengue têm o risco de transmissão do zika vírus (ZIKV) reduzido. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo ISC e publicado em 2019 na Science, uma das revistas acadêmicas mais prestigiadas do mundo. Os dados mostram que, entre os pesquisados, houve redução de contágio em até 25% entre aqueles que desenvolveram anticorpos após uma infecção anterior de dengue.
Riscos de leptospirose – Um estudo do ISC investiga o risco para leptospirose em bairros populares de Salvador. Os pesquisadores querem saber o nível de exposição dessas comunidades e como os moradores enxergam a própria vulnerabilidade. A primeira fase do levantamento, que começou em 2017, aponta, por exemplo, que o número de casos da doença foi 63% menor nos domicílios que receberam, ao menos, um salário mínimo.
Jovens Inovadores – De iniciativa de pesquisadores do ISC, o “Jovens Inovadores” atua em quatro bairros do Subúrbio Ferroviário de Salvador. O projeto oferece a jovens moradores uma formação nas áreas de cidadania, informática, mapeamento, além de treinamento em saúde e ambiente. Ao mesmo tempo em que se capacitam, eles ajudam os pesquisadores na coleta de dados nos próprios bairros. No total, mais de 100 jovens já passaram pelo projeto.
Prevenção do HIV – O PrEPara Salvador é um projeto de prevenção de transmissão do vírus HIV entre adolescentes gays, homens que fazem sexo com homens, travestis e mulheres transexuais, com idade de 15 a 19 anos, através do uso da Profilaxia Pré-exposição ao HIV, a chamada PrEP.
ELSA-Brasil – O Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) é desenvolvido na UFBA sob coordenação do ISC, que investiga os hábitos de vida de cerca de 2 mil servidores da universidade. O estudo, realizado em outras cinco capitais brasileiras, vem construindo um retrato inédito sobre o surgimento e evolução de doenças crônicas não transmissíveis no país, como as cardiovasculares e diabetes.
Casa Gerar – A Casa Gerar de Economia Solidária em Saúde Mental atua na inclusão social de pessoas com sofrimento psíquico através do empreendedorismo. Lá, eles participam de oficinas de artesanato, pintura, teatro e diversos grupos de discussão.
Suicídio e postos de trabalho – As mortes por suicídio podem variar de acordo com os postos de trabalho ocupados. Segundo o levantamento de pesquisadores do ISC/UFBA, trabalhadores da agropecuária têm a maior mortalidade por suicídio no país entre todas as categorias investigadas.
Políticas – Um estudo de projeção do ISC sinaliza que o Brasil pode registrar 50 mil mortes prematuras até 2030 devido às medidas de austeridade fiscal, como a Emenda Constitucional 95/2016, que congelou os gastos com a saúde por 20 anos, assim como o recuo do Programa Mais Médicos. Outro estudo recente, também liderado pelo ISC, apontou que os cortes de R$ 60,2 bilhões em programas federais, entre os anos de 2014 e 2017, afetaram os mais pobres.
1.2 – Notas de avaliação
O Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) do Instituto de Saúde Coletiva é o único da UFBA com nota 7, segundo a avaliação da Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, e um dos três programas na área de Saúde Coletiva, entre os 51 avaliados, com nota máxima no Brasil.
O programa manteve as notas na última avaliação quadrienal da Capes, realizada em 2017. O PPGSC foi avaliado com as notas máximas 7 (para os cursos de doutorado e mestrado) e 5 (para o mestrado profissional) na análise referente aos anos de 2013 a 2016, mesmas notas obtidas nas duas últimas avaliações trienais da Capes.
Um total de 4.175 programas foram avaliados no país no período de 03 de julho a 11 de agosto de 2017. A nota 7 é atribuída a programas de pós-graduação avaliados com conceito “Muito Bom” em todos os itens de todos os cinco quesitos considerados pela Capes: “proposta do programa”, “corpo docente”, “corpo discente, teses e dissertações”, “produção intelectual” e “inserção social”.
Em 2013, a graduação em Saúde Coletiva do ISC conquistou a nota máxima 5 na avaliação do Ministério da Educação. O curso, que começou a ser oferecido em 2009 pelo Instituto, também comemora 10 anos.
2 – Sobre Maurício Barreto
Mauricio Barreto é coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e professor do ISC/UFBA. Na universidade, o acadêmico leciona há 35 anos.
Em 1977, o baiano de Itapicuru (233 Km de Salvador) se graduou em medicina pela UFBA e deu início à pesquisa em São Sebastião do Passé com estudos sobre Leshimaniose. Barreto quis seguir a carreira científica, fazendo mestrado em Saúde Comunitária no Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA).
Barreto é epidemiologista, doutor pela Universidade de Londres e foi professor da London School Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM). Tem uma vasta bibliografia científica: são mais de 400 trabalhos publicados em revistas científicas e capítulos de livros.
Em 2015, recebeu o Prêmio Roberto Santos de Mérito Científico, concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), e, em 2017, recebeu a Comenda 2 de Julho, concedida pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Desde 2003 integra a Academia Brasileira de Ciências (ABC), faz parte da Academia Mundial de Ciências (TWAS, na sigla em inglês), a Associação Internacional de Epidemiologia (IEA, na sigla em inglês), a Academia de Ciências da Bahia (ACB), da qual também é fundador, e também já ocupou cargos na Organização Mundial da Saúde (OMS) e no Ministério da Saúde.
Contato:
Assessoria de Comunicação – Instituto de Saúde Coletiva – UFBA