Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) mostra que no mês de abril; quando analisada por faixa de renda, o impacto da alta da inflação segue maior para a população de renda mais baixa. Contudo, o fenômeno ocorreu para todos os grupos analisados.
De acordo com a analise, no segmento de renda alta, maior que R$ 17.260,14 por domicílio, a inflação chegou a 1%, segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda.
Na outra ponta, para a renda muito baixa, menor que R$ 1.726,01, a variação chegou a 1,06%.
Ao longo dos quatro primeiros meses de 2022, o segmento de renda muito alta percebe uma inflação de 3,7%, contra 4,5% de renda muito baixa. Além disso, no acumulado de 12 meses, o primeiro grupo lida com taxas de 10,8%, contra 12,7% do segundo.
O Ipea, órgão federal vinculado à estrutura do Ministério da Economia, trabalha com seis faixas de renda. Dessa forma, nas três mais baixas, a maior contribuição à inflação do período veio do grupo de alimentos e bebidas. Já para as outras três, o principal impacto foi sentido nos transportes.
Nos alimentos, os principais pontos de pressão na alimentação domiciliar foram batata (18,3%), leite (10,3%), óleo de soja (8,2%) feijão (7,1%) e pão francês (4,5%).
O grupo de bebidas e alimentos respondeu por 61% de toda a inflação apurada no segmento em abril. Para a faixa de renda mais alta, esse papel coube ao transporte, que proporcionou 60% da alta do período.
Inflação concentrada em passagens aéreas (9,5%), etanol (8,4%), diesel (4,5%), transporte por aplicativo (4,1%) e gasolina (2,5%). Além disso, p Ipea destaca que a alta inflacionária foi atenuada para todas as faixas e renda graças à redução de 6,3% nas tarifas de energia elétrica.
Assim, a alta de 4,5% do diesel em abril, produto presente na cesta de produtos dos mais ricos, também impactará os mais pobres. O combustível teve de 8,8% no preço do litro, anunciada pela Petrobras nas refinarias, no último dia 10, e já acumula 47% de elevação em 2022.