INSS completa dois meses parado

A greve de servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) completou dois meses nesta sexta-feira (04.09) atingindo todos os estados e o Distrito Federal e recebendo a adesão dos médicos peritos do Instituto.

Os funcionários pedem reajuste salarial de 27,5%, a incorporação das gratificações, 30 horas de trabalho semanal para todos os funcionários, realização de  concurso público e melhoria das condições de trabalho.

Uma decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no mês passado determinou aos sindicatos a manutenção de 60% do efetivo trabalhando nas agências do INSS enquanto durar a greve. O quantitativo deve ser respeitado dentro de cada unidade do órgão, segundo nota do  Ministério da Previdência Social.

Segundo o comando nacional de greve, 1.100 agências em todo o país estão fechadas, com adesão de 85% da categoria, formada por 33 mil funcionários. Em alguns estados, os sindicatos dizem que há um percentual maior que 90% paralisado e um deles é a Bahia que teria 92% dos servidores parados..

Médicos parados

A categoria reivindica reajuste salarial de 27,5% em duas parcelas, reestruturação da carreira, fim da contratação de peritos terceirizados e a garantia de 30 horas de trabalho semanais.

Serão mantidos 30% do efetivo, priorizando atendimento de idosos, pessoas com lesões graves e contribuintes que ainda não recebem benefício.

Segundo o diretor sindical da Associação Nacional dos Médicos Peritos, Luiz Argolo as condições de trabalho são “as piores possíveis” e as agências funcionam de forma “precária”. “Hoje há agências sem servidores, em cidades de baixa população. Conforme Argolo, “saíram pulverizando agência, não fizeram concurso e agora elas trabalham sem realizar perícia, com baixo atendimento e sem aplicação nenhuma”.

Paralisação na Bahia

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social do Estado da Bahia (Sindprev-BA), 92% dos servidores aderiram ao movimento. Os médicos peritos do INSS também pararam de trabalhar.

Das 133 agências no estado, cerca de 70 estão fechadas. E a greve continuará por tempo indeterminado. Todas as sete gerências do estado, localizadas em Salvador, Vitória da Conquista, Barreiras, Juazeiro, Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus e Itabuna, estão paradas.

Nota do INSS

Em nota divulgada no último dia 27 de agosto, o INSS afirma que, “dentre as pautas reivindicatórias sob as quais a Autarquia possui alçada decisória, tem buscado uma solução responsável para os pleitos de seus servidores”, mas que compete ao Ministério do Planejamento a condução das negociações.
O órgão esclarece que a central de atendimento está à disposição para informar a situação do atendimento nas Agências, adotar providências de reagendamento dos serviços e para orientar os cidadãos.
“Para quem não for atendido em decorrência da greve, o INSS considerará a data originalmente agendada como a data de entrada do requerimento, a partir de quando são gerados os efeitos financeiros nos benefícios”, diz o instituto.

Como remarcar atendimentos

As unidades e a Central de teleatendimento 135 estão orientando quem não for atendido quanto às providências de reagendamento. A remarcação pode ser realizada diretamente pelo telefone 135.

O ajudante geral Luiz Carlos Lopes(foto), de 53 anos, sofreu cinco AVCs — acidentes vascular cerebral — e tem dificuldades motoras e de fala. Mortador de Moreno, no Grande Recife, ele já passou por três agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mas não consegue atendimento devido à greve deflagrada há quase dois meses pelos servidores. “É muita humilhação, uma revolta. Olha para mim, você acha que eu gostaria de estar aqui pedindo um benefício?”, pergunta.

Com informações do G1
A.V.

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