A incidência de jovens e idosos soropositivos vem crescendo constantemente em todo território brasileiro. E a Bahia, não fica de fora dessa história, ocupando o 12º lugar com maior incidência de aids, entre as capitais brasileiras. Somente este ano, foram notificados 607 novos casos da doença na capital baiana. De acordo com o novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, cerca de 734 mil pessoas vivem com HIV e aids hoje no Brasil. Deste total, 589 mil casos – equivalente a 80%, foram diagnosticados. Desde os anos 80, foram notificados 757 mil casos de aids em todo o país.
Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS), o crescimento com os casos de aids entre jovens de 14 a 19 anos, multiplicaram na capital baiana referente ao ano passado. Pesquisas mostram que entre janeiro e setembro deste ano, foram registrados 22 novos casos da doença. Já no ano de 2013, foram registrados 11 casos. Segunda a diretora geral do Hospital Couto Maia, Ceuci Nunes, a proliferação da doença no Nordeste, e principalmente na Bahia, se dar pelo descaso da informação – não alcançado a todos -, e pelo reforço da mídia sobre o controle e redução da doença. “Ultimamente as pessoas tem se descuidado. Estão fazendo sexo de maneira aleatória. Hoje não há mais o aspecto moral. As pessoas não veem a Aids mais como um fator de risco, e com isso volta a crescer o caso entre os jovens – incluindo homens que fazem sexo com outros homens, e as categorias de risco como profissionais do sexo,” ressalta.
Para a presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis na Bahia (SBDST-BA)e ginecologista, Ana Gabriela, homens e mulheres que mantém uma relação monogâmica, são alvos da doença e não estão de fora da história. “Os monogâmicos não se sentem vulneráveis. Estes pacientes apresentam casos mais graves, demoram de fazer o diagnóstico e só descobre quando adoece,” enfatiza.
Ainda de acordo com a diretora, o Hospital Couto Maia era referência da meningite, mas com as vacinas – desde que foram implantados – os casos diminuíram e esse espaço foi ocupado pela Aids. “Desde o ano de 2013, que o número de internos com aids vem superando os casos de meningite em Salvador. Isso é uma situação preocupante! Se a pessoa tem a detecção precoce do vírus e inicia o tratamento, ela não adoece. Geralmente as pessoas soropositivas dão entrada no hospital muito debilitada – doente por uma deficiência – para iniciar o tratamento,” explica.
O índice de idosos entre 50 e 64 anos, com casos de aids, também são notificados na Bahia. Pesquisas mostram entre janeiro e setembro do ano passado, 69 casos notificados. Já em 2014, foram registrados 82 casos – no mesmo período. “O índice da doença neste publico alvo, cresce com o surgimento das pílulas que trazem de volta as atividades sexuais e o não hábito do preservativo,” enfatiza a presidente da SBDST – Ba
Com o avanço tecnológico, fica mais fácil detectar a doença através de exames em tempo hábil. “O exame para diagnosticar o vírus HIV é de extrema importância para os pacientes e deve ser solicitado ao médico, caso não ofereça,” alerta a diretora. A detecção precoce e tratamento altamente efetivo contribuem para que os soropositivos não precisem perder a imunidade, detectando assim a necessidade do tratamento, além de não desenvolver as doenças oportunistas, como pneumonia, tuberculose, sarcoma de kaposi, dentre outras.
Segundo a médica Ana Gabriela, o vírus HIV tem preferências por células do sistema imunológico, e são destruídas paulatinamente, fazendo o vírus se manifestar no período de 8 a 10 anos. A médica ainda salienta, que a queda da imunidade ocorre de maneira mais grave e as pessoas começam a adquirir as doenças oportunistas.
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Por: Lucas Caldas e Lúcio Oliveira